12 de outubro de 2022

VÍDEO: EM PARTO RARO, BEBÊ NASCE EMPELICADO EM IPORÁ, NO INTERIOR DE GOIÁS

Completando o terceiro caso em Goiás desde dezembro de 2021, na última segunda-feira (10), um bebê nasceu em Iporá

Bebê que nasceu empelicada e irmã dela, que nasceu antes e já fora da bolsa. Foto: Arquivo Pessoal/Leandra Campos

A médica do Hospital Evangélico de Iporá, Leandra Campos, se surpreendeu quando uma das gêmeas de Naiara Santos nasceu sem o rompimento da bolsa e na posição sentada. Durante o parto, o primeiro veio a Rafaella, que não estava empelicada e nasceu na posição normal (pela cabeça). Minutos depois, veio a Isabella, que saiu da barriga da mamãe ainda na placenta e em posição pélvica (sentada). Assista o vídeo ao final da matéria.

A cada 80 mil partos de bebês, um deles pode nascer empelicado. Desde dezembro de 2021, apenas dois casos aconteceram em Goiás, um na capital e outro em Mineiros, Região Sul de Goiás. Completando o terceiro caso, na última segunda-feira (10), a bebê nasceu empelicada em Iporá, a 216km de Goiânia.

“Sempre que vai nascer empelicado a equipe toda fica no centro cirúrgico na expectativa se vai estourar na saída ou não. Quando não estoura, todos ficam muito felizes. É muito lindo ver o bebê dentro da bolsa ainda como se estivesse dentro do útero. Eu vejo Deus naquele momento. A mágica da vida”, explica a obstetra.

Parto empelicado

Situações assim são raras, uma vez que o saco gestacional estoura quando o bebê está prestes a nascer, inclusive em procedimentos como a cesárea, como foi o caso de Naiara. Normalmente, após o parto, a bolsa é rompida pelo médico e a criança retirada.

Entre 96% e 97% dos bebês ficam de cabeça para baixo até o parto, mas apenas 3% a 4% nasce sentados ou, o que é ainda mais raro, deitados. Isso pode acontecer quanto há a existência de gravidezes anteriores, quando a gestação é de gêmeos, quando o líquido amniótico é insuficiente ou em excesso, quando há alterações na forma do útero ou presença de mioma uterino.

De acordo com Leandra, a gestação das gêmeas Rafaella e Isabella foi muito tranquila e não apresentou nenhuma complicação que normalmente ocorre em gravidez gemelar. “Eu nunca tinha feito uma pélvica empelicada, sempre as empelicadas nasciam de cabeça, e não sentada de bumbum. Aí foi muito lindo”, falou emocionada.

Apesar de raros, Leandra, de 34 anos, já fez alguns partos empelicados durante seus sete anos como obstetra. Ela conta que não há emoção maior, pois é como se visse ao vivo como o bebê fica dentro da barriga.

 

Mineiros

Em maio de 2022, uma bebê também nasceu empelicada, em Mineiros, Região Sudoeste de Goiás. Foi o primeiro caso durante os sete anos de atuação da médica Raquel Rocha Machado, que se emocionou com a pequena Eloah. O caso aconteceu no Hospital Samaritano de Mineiros, onde a Raquel estava acompanhada de um grupo de alunos de medicina, do qual é preceptora.


Goiânia

Na capital, em dezembro de 2021, uma bebê também nasceu sem estourar a bolsa amniótica, mas diferente dos outros casos, foi ela mesma quem rompeu a película com a própria mãozinha. Mãe das gêmeas idênticas Isis e Elis, Rosângela Maria Sousa Soares diz que foi um “momento mágico”.

Rosângela teve gêmeos univitelinas, que nasceram em bolsas separadas. A segunda bebê, Elis, nasceu empelicada, pensando 2,2 kg. As gêmeas vieram ao mundo após 36 semanas de gestação e, atualmente, completam 8 meses.


Cesariana x parto normal

Segundo os especialistas, há mais chances do parto empelicado ocorrer em cesarianas em razão de a bolsa romper quando o bebê é expelido pela vagina.

No entanto, o parto normal empelicado também é possível em partos normais, em especial quando o bebê é prematuro. Nesta situação, o tamanho do saco amniótico é menor, permitindo que o bebê e a bolsa passem facilmente pelo canal vaginal.

 

Publicado por: Badiinho Moisés/Texto: Giovanna Campos – O Popular.