25 de maio de 2020

ENEL GOIÁS É A 2ª PIOR DISTRIBUIDORA DE ENERGIA DO PAÍS NO RANKING DA ANEEL

Companhia consegue reduzir tempo em que goiano fica no escuro, mas aparece pelo oitavo ano seguido entre as piores ao descumprir limites. Foto: Enel/Reprodução

Os goianos clientes da Enel Distribuição Goiás ficaram quase um dia inteiro sem energia no ano passado. Isso em média. Foram 23,07 horas segundo o indicador de Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC). Enquanto o limite estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) era de 13, 44 horas.

Ao ultrapassar esse limite em quase dez horas e transgredir também o teto estabelecido para o indicador de frequência das quedas, a antiga Celg Distribuição (Celg D) aparece pelo oitavo ano consecutivo entre as piores distribuidoras do País em ranking da Aneel. Saiu da última posição, onde estava desde 2016, para a penúltima.

O ranking de continuidade do fornecimento de energia elétrica é resultado de avaliação da agência reguladora em todas as concessionárias de janeiro a dezembro de 2019. A Enel faz parte do grupo de grande porte, que reúne aquelas que atendem mais de 400 mil unidades consumidoras. Nele estão 29 empresas. A única mais mal avaliada do que a goiana foi a Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEE-D), do Rio Grande do Sul.

Entre as melhores classificadas estão a Companhia Jaguari de Energia (CPFL Santa Cruz) de São Paulo, seguida por Centrais Elétricas do Pará (Equatorial PA) e Energisa Minas Gerais (EMG), empatadas em segundo lugar no ranking de 2019.

O grupo Enel no Brasil apareceu em peso nas últimas posições. Entre as piores, aparecem, junto com a Enel Goiás (28ª), a Enel Rio de Janeiro (27ª) e Enel Ceará (26ª) – que recuou 18 posições em comparação a 2018. Somente a Enel São Paulo (15ª) está com uma avaliação melhor.

COMPESAÇÕES  

Por transgredir os indicadores individuais de qualidade, a companhia teve de pagar aos consumidores goianos R$ 103,234 milhões como compensação no ano passado. O valor aumentou, mesmo que a empresa tenha melhorado os indicadores. Em 2018, foram pagos R$ 66,628 milhões.

De acordo com a Aneel, um dos motivos para o aumento desse valor é o mecanismo de incentivo estabelecido por ela, por meio da redução dos limites impostos às distribuidoras. Já a quantidade de compensações foi reduzida, de R$ 9,74 milhões para R$ 7,578 milhões.

Além das compensações aos consumidores, há também regra que restringe a distribuição de proventos aos acionistas (dividendos e juros sobre o capital próprio) em caso de violação dos limites estabelecidos para DEC e Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC) globais por dois anos consecutivos, ou por três vezes em cinco anos.

Em 2019, a Enel permaneceu na condição estabelecida para a restrição. Por isso, está proibida, ao longo do ano de 2020, de distribuir proventos em valor superior a um mínimo legal definido pela Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976.

Em resposta ao desempenho no ranking, a companhia reforçou que registrou melhoria na comparação com 2018. E que os índices são os melhores já apresentados pela companhia historicamente. “Em março de 2020, a empresa alcançou números ainda melhores, com DEC em 19,48 horas e o FEC em 9,43 vezes”.

A distribuidora ressaltou ainda que tem alcançado melhorias desde que a Enel assumiu o controle, em fevereiro de 2017. A nota cita que o DEC foi reduzido em cerca de 7 horas, na comparação entre dezembro de 2016 e dezembro de 2016 e dezembro de 2019. E que, no caso do FEC, o número caiu de 18,40 para 10,43 vezes no mesmo período.

Sobre o desempenho das outras distribuidoras do grupo, a Enel informou que “investiu, apenas em 2019, cerca de R$ 2,4 bilhões nas áreas de concessão de suas distribuidoras no País, com foco na modernização e digitalização da rede elétrica”. Como os limites regulatórios variam, considera que “os resultados se tornam mais desafiadores em algumas concessões “.

Foto: O Popular/Reprodução

Escrito por: Redação/O Popular