30 de setembro de 2021

Ambev anuncia aumento nas suas marcas de cervejas

A cervejaria Ambev, dona de marcas como Skol, Brahma, Antarctica, Bohemia e Stella Artois, aumentou o preço das cervejas.

Foto: Reprodução

Segundo o que foi apurado com os donos de restaurantes em São Paulo, a partir desta sexta-feira (01/05), haverá aumento de 5% a 6% em chope e cervejas, incluindo embalagens descartáveis. Outros comunicados, informam repasses desde a última segunda-feira (27) ou partir deste sábado (02).

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) confirma o aumento de preços e afirma que o reajuste deve vir alinhando com a inflação acumulada nos últimos 12 meses, entorno de 10%.

No comunicado enviado a clientes a clientes e distribuidores, a cervejaria – que concentra 60% de participação do mercado no país-afirma que o reajuste vai seguir, “em linhas gerais, a variação da inflação, variação de custos, câmbio e carga tributária”.

De acordo com o comunicado, “os reajustes podem variar entre regiões, marcas, embalagens e segmentos”.

“Reforçamos o nosso compromisso com a competitividade das nossas marcas no mercado, visando sempre a boa performance do volume de vendas da indústria”, diz a Ambev no comunicado.

O mercado da cerveja está estagnado: segundo a consultoria Euromonitor, este ano a venda de cervejas deve atingir R$ 197,97 bilhões, uma alta nominal de 7,3% sobre 2020, sem descontar a inflação.

Na opinião de Marcelo Balloti Monteiro, analista do setor de bebidas da Lafis Consultoria, a pressão de custos está bastante elevada, em especial, da matéria-prima e energia.

“Mas, em um primeiro momento, o impacto do aumento de preços deve ser menor na demanda, porque ocorre em um momento de retomada de diversos eventos e com a aproximação das festas de fim de ano”, afirma.

Questionada pela reportagem, a Ambev afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que se trata de um aumento natural, que ocorre todo ano. A empresa afirma que houve reajuste no ano passado, mesmo em meio ao período mais crítico da pandemia, com parte dos bares e restaurantes fechados. Mas, neste caso, o aumento não atingiu as embalagens retornáveis, diz a cervejaria.

Agora, o aumento é generalizado, para diversas embalagens e marcas. A Ambev não informou, porém, qual a faixa de reajustes. Disse apenas que os reajustes vêm ocorrendo “nas últimas semanas”.

As rivais Hineken e Itaipava também foram questionadas sobre aumento de preços, porém não confirmaram.

A Ambev vem tentando crescer fora do mercado de cervejas. Em agosto, a companhia anunciou a criação de uma nova divisão, chamada “Future Beverages and Beyond Beer” (bebidas do futuro e além da cerveja, em tradução livre).

A disparada na venda de bebidas durante a pandemia fez com o que os consumidores passassem a diversificar o portfólio alcoólico, testando novas marcas e categorias até então vistas como o nicho pela companhia.

Cresceu especialmente o consumo de vinhos e de águas com gás alcoólicas e saborizadas (as “hard selzers”), fora as cervejas de baixo teor alcoólico e as premium – categorias que têm o público jovem e o feminino como alvo. Este é o mercado ao qual tem se dedicado a principal rival da Ambev, a Heineken.

A marca holandesa, por sinal, se tornou a favorita do brasileiro, segundo pesquisa do banco Credit Suisse divulgada em janeiro. Mas é quase 50% mais cara que a Skol, da Ambev, a mais consumida.

Segundo analistas do setor, a Ambev vem perdendo competitividade com suas marcas “mainstream” (comuns), como Skol, Brahma e Antártica, enquanto as cervejas premium, vinhos e outras bebidas de baixo teor alcoólico crescem.

Publicado por: Badiinho Filho/Matéria escrita por Daniele Madureira da Folha Press – Via O Popular