25 de maio de 2018

Temer anuncia uso das forças armadas, mas caminhoneiros dizem que manterão a greve

O presidente Michel Temer (Ueslei Marcelino/Reuters)

Em tom intimidatório após fracassar na tentativa de acabar com a mobilização dos caminhoneiros que já duram cinco dias e causam reflexos impactantes como desabastecimentos total de postos de combustíveis, alimentos, gás de cozinha, implementos hospitalares e tantos outros produtos para a sobrevivência humana em praticamente todas as cidades brasileiras, o presidente Michel Temer (MDB) anunciou que acionou o Plano de Segurança, e usará as forças federais para desbloquear as rodovias.  Mas o inferno astral do presidente Temer não para, além das forças estarem engessadas de atuar, pois os caminhoneiros não bloqueiam totalmente as rodovias, outro grande problema para as forças atuarem, é que falta combustíveis até para eles, sem combustíveis, como que as forças armadas vão chegar até os pontos de manifestação? É caos total no Brasil, pois afinal, ninguém mandou os governantes subestimar quem toca o país. 

Manifestação vai prosseguir em Catalão

Em Catalão são mais de 2 mil caminhoneiros parados. (Foto: Drone Super/Blog do Badiinho).

Em Catalão, as manifestações seguem firmes, e mais uma vez por telefone, o porta voz do movimento na região centro oeste, Wallace Landim disse que nenhum companheiro está pensando em voltar para as estradas. 

Em nota publicada na tarde desta sexta-feira (25), presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, disse hoje (25), disse os caminhoneiros não vão encerrar o movimento, e que este final semana serão adotadas novas estratégias para a próxima segunda (28).

“Não vamos encerrar o movimento tão cedo”, diz presidente da Abcam

Presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes. (Foto: Internet/Reprodução). 

O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, disse hoje (25) não acreditar que os milhares de profissionais que desde a última segunda-feira (21) interditam parcialmente as estradas de quase todo o país voltem à normalidade nos próximos dois dias.

“Este final de semana vai ser para montarmos as estratégias que adotaremos a partir de segunda-feira. Na minha visão, não vamos encerrar o movimento tão cedo”, declarou Fonseca. A declaração de Lopes foi dada antes do pronunciamento do presidente Michel Temer, que anunciou há pouco que acionou as forças de segurança para desbloquear as estradas e garantir “a livre circulação e o abastecimento”.

“A barra está pesada. A revolta [dos caminhoneiros] está grande e ninguém está querendo sair [da paralisação]. De hoje para segunda-feira eu vou tentar uma manifestação para resolver [o impasse], mas, para isso, eu vou ter que ter uma conversinha com o governo federal”, acrescentou o sindicalista.

Ontem (24), Fonseca deixou uma reunião no Palácio do Planalto enquanto ela estava em andamento. No encontro, nove das 11 entidades representativas do setor de transporte assinaram um acordo com o governo federal para tentar pôr fim à paralisação. Em troca do compromisso da Petrobras manter pelos próximos 30 dias o preço reduzido do óleo diesel nas refinarias e do governo estudar formas de baratear o preço dos combustíveis, as lideranças sindicais que assinaram o acordo prometeram suspender o movimento por 15 dias. A proposta foi recusada pela União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) e pela Abcam, que representa cerca de 700 mil trabalhadores. 

“Eu fui lá defender um único item que, a meu ver, é o principal: o fim da cobrança da alíquota do PIS/Cofins e da Cide sobre o óleo diesel”, pontuou o presidente da Abcam, classificando outros pontos da pauta de negociação, como a suspensão da cobrança do pedágio sobre o eixo suspenso, como uma “esmola para caminhoneiros”.

Em nota, a Abcam repudiou o acordo assinado. “Ao contrário de outras entidades que se dizem representantes da categoria, a Abcam, não trairá os caminhoneiros. Continuaremos firmes com pedido inicial: isenção da alíquota PIS/Cofins sobre o diesel, publicada no Diário Oficial da União”.

Bloqueios continuam

Mesmo após o anúncio da assinatura do acordo, os caminhoneiros continuam mantendo os bloqueios nas estradas. A própria Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou, esta manhã, que não tinha registradonenhuma desmobilização nas rodovias do país.

Alegando que ninguém aguenta mais a alta dos preços dos combustíveis no país, Fonseca reconheceu que o movimento vem contando com a simpatia de uma ampla parcela da opinião pública e dos formadores de opinião, mas que isso tende a mudar à medida que os reflexos da paralisação começarem a impactar o cotidiano da população.

“Quem inicialmente nos apoiou, amanhã vai nos acusar pela falta de alimentos, combustível, medicamentos…Queremos encerrar este movimento com o mesmo apoio da opinião pública e de todos que nos ajudaram e estamos trabalhando nesta linha, mas isso precisa ser uma coisa bem organizada e vamos ter que voltar a ter uma conversinha com o governo”, acrescentou Fonseca. (Fonte: Agência Brasil). 

Escrito por: Badiinho Filho

Foto: Drone Super/Catalão