17 de abril de 2024

Real sofre maior desvalorização entre as moedas do G20 em abril

Foto: Reprodução

Em abril, o real brasileiro enfrentou uma desvalorização de 4,5% frente ao dólar, a maior entre as moedas dos países do G20. Outras moedas também se desvalorizaram, como o iene japonês, o rublo russo, o peso mexicano e o won coreano, com quedas de cerca de 2%. No entanto, moedas como o euro e a libra esterlina registraram desvalorização de menos de 1% contra o dólar.

Os mercados globais foram afetados por choques econômicos recentes, incluindo um ataque com mísseis e drones do Irã a Israel, elevando os temores de escalada de violência na região. Além disso, as autoridades monetárias dos Estados Unidos sinalizaram que as taxas de juros do Federal Reserve podem diminuir mais lentamente do que os analistas previam.

A economia dos EUA revelou que a inflação não está caindo conforme esperado, o que sugere que os juros devem permanecer elevados por mais tempo, aumentando custos e o risco de uma possível recessão.

Essas notícias tiveram impacto global, com os juros dos títulos do Tesouro americano de 10 anos subindo de 4,35% para mais de 4,6%. Com juros mais altos nos EUA, o dólar se tornou mais atrativo para os investidores, levando à valorização da moeda americana e à desvalorização de outras moedas.

Os mercados globais também sofreram perdas. O índice Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, caiu 2% em abril, enquanto o Dow Jones e o Nasdaq, índices dos Estados Unidos, registraram quedas de 4,4% e 3%, respectivamente.

No Brasil, o ministro da Economia, Fernando Haddad, atribuiu a maior parte da desvalorização do real ao cenário internacional, afirmando que isso explica “dois terços” da queda. No entanto, analistas apontam que o anúncio do governo de que não pretende cumprir as metas de superávit fiscal durante o mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que termina em 2026, também contribuiu para a desvalorização do real.

As contas do governo impactam as taxas de juros e a cotação da moeda nacional. Um superávit fiscal pode ajudar a reduzir o endividamento público, diminuindo preços e custos na economia.

Os agentes de mercado agora preveem que a taxa Selic, a taxa básica de juros no Brasil, termine o ano em média em 9,13%, em vez de 9% como era previsto na semana passada. A projeção para o dólar ao final do ano subiu de R$4,95 para R$4,97.

 

Escrito e publicado por: Badiinho Moisés/Com informações da BBC News