29 de abril de 2024

Casas Bahia anuncia acordo prévio para renegociar dívidas com principais bancos credores

Loja da Casas Bahia em shopping. Foto: Shutterstock

A varejista Casas Bahia solicitou uma recuperação extrajudicial para reestruturar dívidas no valor total de R$ 4,1 bilhões. O pedido foi feito com acordo prévio com os principais credores, que possuem 54,5% da dívida, sendo que o mesmo acordo será aplicado a outros credores menores, inclusive pessoas físicas.

O valor renegociado abrange as 6ª, 7ª, 8ª e 9ª séries de debêntures, que tinham uma taxa média de CDI + 2,7% e prazo de 22 meses. Com a renegociação, a nova taxa é de CDI + 1,2%, com um prazo de 72 meses. Segundo cálculos da empresa, isso permitirá economizar R$ 4,3 bilhões até 2027, dos quais R$ 1,5 bilhão só em 2024. Como parte do acordo, os principais bancos credores terão o direito de converter 63% das dívidas em ações da empresa.

O acordo também prevê um período de carência de 24 meses para pagamento de juros e de 30 meses para o pagamento do principal. Assim, até 2027, a empresa desembolsaria, sob a renegociação, apenas R$ 500 milhões em vez dos R$ 4,8 bilhões originalmente previstos.

Segundo o CEO da Casas Bahia, Renato Franklin, a reestruturação permitirá uma maior flexibilidade e mais caixa para enfrentar possíveis instabilidades e aproveitar oportunidades de mercado, como a Black Friday. A renegociação abrange apenas dívidas financeiras sem garantias, como debêntures e CCBs emitidos para os bancos. Os credores com a maior parte da dívida são o Bradesco, com R$ 953 milhões em debêntures, e o Banco do Brasil, com R$ 1,272 bilhão.

O novo plano transforma as quatro séries de debêntures e as cédulas de crédito bancário em uma única debênture de três séries. A primeira série representa 37% das dívidas e terá uma carência de juros de 24 meses e de principal de 30 meses, com uma taxa de CDI + 1,5%. Após a carência, haverá pagamentos semestrais, com a maior parcela (60%) sendo quitada em novembro de 2029.

Para a segunda e a terceira série, há opções de como os credores podem receber seu pagamento. Aqueles que optarem pela segunda série, a série de “credor parceiro”, podem converter a dívida em ações da companhia entre 18 e 36 meses por 80% do valor médio das ações nos 90 dias anteriores. Se preferirem, podem aguardar o pagamento até novembro de 2030, com juros de CDI + 1%.

Por fim, Franklin afirmou que a renegociação proporcionou carências não apenas para juros e principal, mas também um cronograma de amortização mais espaçado, transformando o perfil da dívida da empresa. Ele ressaltou que esse acordo oferece uma solução definitiva para a companhia, permitindo maior flexibilidade para enfrentar as demandas do mercado.

Escrito e publicado por: Badiinho Moisés /Com informações do Portal R7