União visa garantir sobrevivência política, superar cláusula de barreira e manter fundo partidário e tempo de TV
O PSDB aprovou na última terça-feira (29/04) a fusão com o Podemos. A decisão ocorreu durante reunião liderada por Marconi Perillo, presidente nacional do partido, com participação da bancada tucana. Ao final do encontro, a deputada Renata Abreu (SP), presidente do Podemos, telefonou para Perillo e confirmou a aliança entre as siglas.
A Executiva Nacional do PSDB agendou para o dia 5 de junho a convenção que oficializará a criação da nova legenda. Com isso, os dois partidos deixarão de existir de forma independente, unificando seus diretórios, estatutos e CNPJ. Diferente das federações, essa fusão é definitiva e não permite rompimento no futuro.
Com a união, a nova sigla contará com 28 deputados federais, o equivalente a 5% da Câmara dos Deputados. Além disso, o grupo político passará a somar sete senadores, dois governadores e aproximadamente 400 prefeitos eleitos em 2024, incluindo mandatários em duas capitais brasileiras.
PSDB tenta driblar cláusula de barreira
Nos bastidores, a fusão reflete a tentativa do PSDB de evitar sanções impostas pela cláusula de barreira, prevista em emenda constitucional de 2017. A regra determina que, a partir de 2026, os partidos precisarão de 2,5% dos votos válidos em todo o país ou 13 deputados federais eleitos em ao menos nove estados para manter o acesso ao fundo partidário e à propaganda gratuita em rádio e TV.
Hoje, o PSDB conta com 13 deputados eleitos, mas em apenas oito estados. Dessa forma, mesmo que todos sejam reeleitos, o partido precisará conquistar ao menos um novo mandato em outro estado para não perder os benefícios.
Por isso, a direção tucana buscou alternativas ao longo dos últimos meses. Houve negociações com outras siglas, como MDB, PSD, Republicanos, Solidariedade e PDT. No entanto, foi com o Podemos que o entendimento avançou, resultando na fusão aprovada nesta semana.