O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Rio Verde, Olávio Teles Fonseca, foi preso nesta quinta-feira (13) suspeito de cometer abusos sexuais e estupro, inclusive contra uma adolescente, dentro das dependências do sindicato. Ele foi conduzido à Casa de Prisão Provisória de Rio Verde, onde deve aguardar a audiência de custódia.
Em nota, o sindicato informou que Olávio pediu afastamento do cargo ainda nesta quinta-feira.
Denúncias e início da investigação
A investigação começou há cerca de três meses, após uma denúncia anônima feita à Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) da Polícia Civil de Rio Verde.
Segundo a delegada titular, Fernanda Simão, os abusos ocorriam durante o expediente das vítimas, principalmente na sala do presidente, que possuía uma tranca automática.
Três vítimas já identificadas
De acordo com a delegada, até o momento três vítimas foram identificadas.
“As vítimas relataram que os crimes aconteciam durante o trabalho. Ele as convocava para sua sala, começava com insinuações e avançava para atos libidinosos e até a conjunção carnal”, detalhou Fernanda Simão.
Além disso, após os abusos, Olávio ameaçava as funcionárias para evitar denúncias.
“Ele dizia que, se os fatos viessem a público, elas não conseguiriam emprego em lugar nenhum. Alegava ser uma pessoa influente e usava isso para manchar a reputação delas, pessoal e profissionalmente”, completou a delegada.
Uma das vítimas contou que os crimes ocorriam há cerca de um ano, sempre dentro da sala da presidência. “O local era totalmente controlado por ele, com uma tranca automática que só podia ser aberta por ele ou com autorização da secretária”, afirmou.
Crimes e consequências às vítimas
As investigações apontam indícios de estupro, abuso sexual, violência psicológica e coação no curso do processo.
Ademais, algumas vítimas apresentaram laudos médicos que comprovam adoecimento mental, possivelmente ligado aos traumas sofridos. Elas estão recebendo acompanhamento psicológico pela delegacia.
Delegada fala em “padrão criminoso”
A delegada Fernanda Simão destacou que Olávio mantinha condutas reiteradas nos abusos. “Havia praticamente um padrão criminoso”, disse.
Ela também defendeu a manutenção da prisão do investigado, alegando que ele intimidava testemunhas e vítimas e possui forte influência em Rio Verde.
“O pedido de prisão provisória busca garantir a ordem pública e proteger a investigação, já que algumas testemunhas têm medo de depor por causa da influência que ele exerce, tanto no sindicato quanto na cidade”, explicou.
Assim, a delegada acredita que existem outras vítimas e afirmou estar à disposição para ouvi-las.
Posição do sindicato
A assessoria do Sindicato dos Produtores Rurais de Rio Verde afirmou, em nota, que confia na Justiça e aguarda a apuração dos fatos “com imparcialidade e dentro do devido processo legal”.
Ademais, o texto também informa que Olávio Teles Fonseca pediu afastamento voluntário da presidência, permanecendo fora do cargo pelo tempo necessário ao andamento das investigações. A nota, porém, não esclarece se outros diretores sabiam das denúncias ou se havia medidas internas em curso.

