20 de março de 2024

Polícia Civil desvenda grande esquema de corrupção na Prefeitura de Goiânia, capital de Goiás

Operação da Polícia Civil (PC) que investiga um suposto esquema de corrupção na Prefeitura de Goiânia aprendeu R$ 431 mil na casa do presidente da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Alisson Silva Borges. Foto: Reprodução

Operação da Polícia Civil (PC) desvenda esquema de corrupção na Prefeitura de Goiânia, apreendendo R$ 431 mil na residência do presidente da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Alisson Silva Borges. Dois sacos transparentes contendo dinheiro em espécie foram confiscados e levados para a Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor) nesta quarta-feira (20).

O prefeito Rogério Cruz teria anunciado em uma coletiva de imprensa que a administração municipal solicitaria o afastamento do presidente da Comurg, Alisson Silva Borges, e de outros funcionários sob investigação, porém, Borges pediu exoneração do cargo. Cruz negou qualquer conhecimento prévio das irregularidades e afirmou que nenhum outro servidor será afastado até que a prefeitura tenha acesso às informações completas da investigação policial.

A investigação em andamento trata de um possível esquema de fraudes em licitações para obras de recapeamento asfáltico na capital. Apesar das acusações, o prefeito garantiu que as obras em andamento na cidade não serão interrompidas. A operação da PC ocorreu simultaneamente em diversas entidades municipais, incluindo a Comurg, a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), a Secretaria Municipal de Administração (Semad) e a Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma).

A Prefeitura de Goiânia emitiu uma nota informando sua cooperação com as investigações policiais, facilitando o acesso das equipes aos locais e documentos necessários.

Além do presidente da Comurg, os alvos da operação incluem Denes Pereira Alves, secretário municipal de Infraestrutura Urbana e ex-secretário municipal de Administração; Edimar Ferreira da Silva, diretor de urbanismo da Comurg; Adriano Renato Gouveia, diretor administrativo financeiro da Comurg; e Luan Deodato Machado Alves, presidente da Amma.

De acordo com a Deccor, o esquema funcionava com empresas vencedoras de licitações que não possuíam autorização da Agência Nacional do Petróleo (ANP) para comercializar os produtos. As empresas apresentavam certidões falsas pertencentes a outras para ganhar as licitações.

Os valores oferecidos pelas empresas vencedoras eram inferiores aos custos dos produtos vendidos pela Petrobras, que era a única fornecedora desse tipo de material. Os crimes investigados incluem fraude em licitações e contratos, modificação irregular de contratos, peculato, corrupção ativa e passiva, e constituição de organização criminosa, supostamente ocorrendo desde 2022.

A operação resultou em 32 mandados judiciais de busca e apreensão, incluindo 4 em sedes de órgãos públicos municipais, 3 em sedes de empresas e 25 em residências. Mais de 100 policiais participaram da operação.

Na residência do presidente da Amma, Luan Alves, foram encontradas armas, porém ele conseguiu provar que as armas eram suas e que possuía registro legal como Colecionador, Atirador Esportivo e Caçador (CAC). A polícia recolheu documentos e acessou computadores em busca de provas das fraudes investigadas.

A investigação revelou dois grupos envolvidos no esquema criminoso: um composto pelos sócios administradores das empresas usadas nas fraudes e outro pelos funcionários públicos responsáveis pelas licitações e contratos suspeitos.

A Deccor concluiu que os investigados do grupo empresarial se uniram para vencer as licitações promovidas pelos órgãos públicos investigados. 

Operação da Polícia Civil (PC) que investiga um suposto esquema de corrupção na Prefeitura de Goiânia aprendeu R$ 431 mil na casa do presidente da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Alisson Silva Borges. Foto: Reprodução/PC-GO e Redes Sociais

 

Escrito e publicado por: Badiinho Moisés/Com informações do G1 Goiás