O secretário estadual de Saúde de Goiás, Rasível Santos, alertou para a gravidade da situação sanitária no estado, que enfrenta um aumento expressivo dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Em entrevista à Rádio Cultura FM de Catalão, ele explicou que o estado decretou situação de emergência após sete semanas consecutivas de taxas de incidência acima do esperado.
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De acordo com Santos, mais de 6,7 mil casos já foram registrados neste ano, com 413 mortes atribuídas à síndrome — sendo 98 por influenza e 68 por covid-19. Além disso, a taxa de ocupação dos leitos de UTI ultrapassa 90% em algumas regiões. “Estamos muito preocupados com a capacidade de resposta e, por isso, organizamos medidas para apoiar os municípios”, afirmou.
Para enfrentar a demanda, o governo estadual conseguiu ampliar os recursos financeiros junto ao Ministério da Saúde. Cada diária de leito de suporte ventilatório agora custa R$ 500, enquanto a de UTI passou para R$ 2 mil. Com isso, será possível ampliar a rede e reduzir o tempo de espera por internações.
Vacinação ainda está muito baixa
No entanto, o maior motivo de preocupação, segundo o secretário, é a baixa adesão da população à vacinação. Entre os grupos prioritários — gestantes, puérperas, crianças menores de 2 anos e idosos — a cobertura segue bem abaixo da meta de 95%. Em Goiás, apenas 39% dessas pessoas se vacinaram. Entre as gestantes, o índice é ainda mais preocupante: apenas 21%.
Mesmo com a ampliação da campanha para toda a população desde abril, ainda existem mais de 700 mil doses estocadas nos postos de saúde. Para Santos, muitas pessoas relaxaram após a pandemia e, consequentemente, não percebem o risco. Ele ressaltou que a vacina, além de reduzir as infecções, evita complicações graves, internações prolongadas e mortes. Portanto, vacinar-se é fundamental.
Regionalização e novos serviços melhoram o atendimento
O secretário também comentou por que muitos pacientes precisam ser transferidos para cidades distantes. Ele explicou que, desde o início do governo Ronaldo Caiado, a estratégia de regionalizar a saúde e aumentar os leitos de UTI nas macro-regiões já ampliou a rede estadual de 250 para mais de 800 leitos de terapia intensiva.
Mesmo assim, nem sempre é possível manter todos os pacientes em suas cidades, seja pela gravidade do quadro, seja pela falta de leitos disponíveis no momento. No entanto, Santos garantiu que o esforço da regulação é cada vez maior para resolver os casos dentro da própria região, evitando deslocamentos longos sempre que possível. Ele também destacou que o futuro Hospital Universitário Federal de Catalão será um reforço importante para toda a região.
Combate à desinformação sobre vacinas
Além disso, o secretário reforçou a importância de combater as fake news sobre vacinas. “A vacina é segura e salva vidas. Não podemos permitir que mentiras afastem as pessoas da proteção. É uma questão de cidadania e cuidado coletivo”, afirmou.
Ele lembrou ainda que mais de 30 doenças são prevenidas com vacinas gratuitas no SUS. Por isso, é inaceitável que crianças voltem a morrer de doenças já controladas. “A vacinação é um compromisso com a saúde pública e com o futuro das próximas gerações”, reforçou.
Atendimento especializado deve melhorar
Por fim, Santos comentou a dificuldade de acesso a especialidades como neurologia, ginecologia, ortopedia e urologia. Ele explicou que o governo está ampliando a telemedicina e as policlínicas para aumentar o número de consultas e reduzir as filas. Além disso, o estado busca atrair mais profissionais para o interior, o que deve melhorar a assistência em todas as regiões.
O secretário encerrou a entrevista agradecendo o espaço e reafirmou o compromisso do governo com a saúde pública. “Vacinar-se é um ato de cidadania e amor à vida”, concluiu.
