Durante entrevista ao jornalista Fernando Garcia, na Rádio Cultura FM, a nutricionista e mestre em obesidade, Valéria Gregório, fez um alerta direto sobre os perigos do consumo excessivo de refrigerantes, especialmente os da linha “zero açúcar”. Ela afirmou que muitas pessoas se enganam ao acreditar que, por não conter calorias, essas bebidas são saudáveis. “Não é porque está escrito ‘zero’ que o consumo é livre de riscos”, destacou.
Refrigerantes zero escondem substâncias prejudiciais
Valéria explicou que a composição dessas bebidas inclui adoçantes artificiais, como o espartame, e aditivos como o corante caramelo IV e o ácido fosfórico. Esses componentes podem provocar danos importantes ao organismo. “O corante caramelo IV tem alto potencial cancerígeno, e o ácido fosfórico contribui para a descalcificação óssea, principalmente em crianças e idosos”, detalhou.
Além disso, ela alertou para o consumo descontrolado. Muitos pacientes que chegam ao consultório dela revelam consumir dois litros de refrigerante por dia, o que ultrapassa com facilidade os limites recomendados para essas substâncias.

Comparar não significa escolher o menos pior
Embora o refrigerante tradicional contenha grandes quantidades de açúcar — cerca de 35 gramas por lata, o que favorece o surgimento de diabetes e gordura no fígado —, Valéria afirmou que isso não torna a versão zero a melhor escolha. “As duas opções oferecem riscos. No entanto, o consumo em excesso da versão zero pode provocar efeitos silenciosos e cumulativos”, explicou.
Crianças devem evitar refrigerantes
A nutricionista foi enfática ao dizer que refrigerante não é bebida para crianças. “Já vi casos de crianças de quatro anos tomando refrigerante na mamadeira. Isso é um crime nutricional. A cafeína estimula o sistema nervoso e aumenta a ansiedade natural da criança”, alertou.
Ela ainda reforçou que o comportamento dos pais influencia diretamente nos hábitos alimentares dos filhos. “Se seu filho vê você tomando refrigerante, ele entende que também pode. Os pais precisam dar o exemplo”, afirmou.
Indústria alimentícia reduz quantidade, mas não melhora qualidade
Durante a conversa, Valéria comentou sobre a redução do volume de produtos nas prateleiras — uma estratégia da indústria para disfarçar os efeitos da inflação. Segundo ela, apesar da queda nas quantidades, a qualidade dos produtos também vem piorando. “Muitos produtos mudaram a fórmula, retiraram ingredientes nobres como o cacau e passaram a utilizar substitutos mais baratos. O consumidor está pagando mais por menos”, disse.
E para diabéticos: refrigerante zero é seguro?
Valéria esclareceu que os produtos zero foram criados para pessoas com diabetes, pois utilizam adoçantes no lugar do açúcar. No entanto, mesmo os diabéticos devem consumir com moderação. “A versão light ainda contém açúcar, mesmo com menos calorias. Por isso, quem tem diabetes deve optar pelos produtos zero, mas sem exageros”, explicou.
E a cerveja sem glúten e a puro malte?
Respondendo a perguntas dos ouvintes, a nutricionista explicou que a cerveja sem glúten pode reduzir a sensação de inchaço, pois o glúten causa processos inflamatórios em algumas pessoas. Entretanto, ela reforçou que o problema real é o álcool. “Não existe dose segura de álcool segundo a OMS. O consumo contínuo pode comprometer o fígado de forma irreversível”, alertou.
Moderação é o caminho
Valéria finalizou a entrevista com um recado direto: “Nosso corpo é o nosso templo. Quanto mais você se afasta dos industrializados, menos vontade sente de consumi-los. E quanto mais natural for a sua alimentação, maior será a sua qualidade de vida.”