1 de março de 2021

“NÃO VOU FAZER MAIS NENHUM DECRETO, VOU APENAS SEGUIR O COMITÊ DE ENFRENTAMENTO E O QUE FOR DETERMINADO PELO MP”, AFIRMA PREFEITO ADIB ELIAS AO BADIINHO

Badiinho conversou por telefone com o Prefeito de Catalão, Adib Elias (POD), que falou sobre decretos ao blogueiro. Foto: Arquivo/Blog do Badiinho

Diante das inúmera indagações e questionamentos de comerciantes da cidade, via Whatsapp e ligações, no início da noite desta segunda-feira (01/03), o blogueiro Badiinho conversou por telefone com o Prefeito de Catalão, Adib Elias Júnior (POD), que afirmou que ele não fará mais decretos, e apenas seguirá as orientações do Comitê de Enfrentamento ou alguma notificação do Ministério Público.

“Badiinho, eu não farei mais nenhum decreto, apenas vou seguir o que o Comitê de Enfrentamento determinar, ou que eu for notificado pelo Ministério Público, se me pedirem para fechar eu acatarei, se pedirem para abrir tudo eu acatarei”, citando ele o erro da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), que classificou a cidade na zona laranja, que é de situação crítica, o que permitiu a flexibilização, e no sábado (27), a correção com a recomendação de se manter fechado as atividades econômicas por mais sete dias, dando um total de 14 dias de medidas severas, porém, quando o prefeito teve o conhecimento, o decreto já havia sido publicado e os comerciantes se prepararam para retornar com as atividades.


INFORMAÇÃO REPASSADA PELO PREFEITO AO BADIINHO 

Durante a conversa com o Badiinho, o prefeito informou ao blogueiro sobre uma carta de recomendação editada pelo Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass), a qual solicita o endurecimento das restrições durante o período noturno com toque de recolher das 20h às 6hrs, inclusive nos finais de semana.

A carta do CONASS, ainda apresenta críticas ao presidente Jair Bolsonaro, e pede que haja uma gestão que traga padrões para os estados e cidades seguirem. Leia carta na íntegra abaixo:


CARTA DOS SECRETÁRIOS ESTADUAIS DE SAÚDE À NAÇÃO BRASILEIRA

O Brasil vivencia, perplexo, o pior momento da crise sanitária provocada pela COVID-19. Os índices de novos casos da doença alcançam patamares muito elevados em todas as regiões, estados e municípios. Até o presente momento, mais de 254 mil vidas foram perdidas e o sofrimento e o medo afetam o conjunto da sociedade.

A ausência de uma condução nacional unificada e coerente dificultou a adoção e implementação de medidas qualificadas para reduzir as interações sociais que se intensificaram no período eleitoral, nos encontros e festividades de final de ano, do veraneio e do carnaval. O relaxamento das medidas de proteção e a circulação de novas cepas do vírus propiciaram o agravamento da crise sanitária e social, esta última intensificada pela suspensão do auxílio emergencial.

O recrudescimento da epidemia em diversos estados leva ao colapso de suas redes assistenciais públicas e privadas e ao risco iminente de se propagar a todas as regiões do Brasil. Infelizmente, a baixa cobertura vacinal e a lentidão na oferta de vacinas ainda não permitem que esse quadro possa ser revertido em curto prazo.

O atual cenário da crise sanitária vivida pelo país agrava o estado de emergência nacional e exige medidas adequadas para sua superação. Assim, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) manifesta-se pela adoção imediata de medidas para evitar o iminente colapso nacional das redes pública e privada de saúde, a saber:

 

  1. a) Maior rigor nas medidas de restrição das atividades não essenciais, de acordo com a situação epidemiológica e capacidade de atendimento de cada região, avaliadas semanalmente a partir de critérios técnicos[1], incluindo a restrição em nível máximo nas regiões com ocupação de leitos acima de 85% e tendência de elevação no número de casos e óbitos. Para tanto, são necessárias:

 

-A proibição de eventos presenciais como shows, congressos, atividades religiosas, esportivas e correlatas em todo território nacional;

-A suspensão das atividades presenciais de todos os níveis da educação do país;

-O toque de recolher nacional a partir das 20h até as 6h da manhã e durante os finais de semana;

-O fechamento das praias e bares;

-A adoção de trabalho remoto sempre que possível, tanto no setor público quanto no privado;

-A instituição de barreiras sanitárias nacionais e internacionais, considerados o fechamento dos aeroportos e do transporte interestadual;

-A adoção de medidas para redução da superlotação nos transportes coletivos urbanos;

-A ampliação da testagem e acompanhamento dos testados, com isolamento dos casos suspeitos e monitoramento dos contatos;

  1. b) O reconhecimento legal do estado de emergência sanitária e a viabilização de recursos extraordinários para o SUS, com aporte imediato aos Fundos Estaduais e Municipais de Saúde para garantir a adoção de todas as medidas assistenciais necessárias ao enfrentamento da crise;

 

  1. c) A implementação imediata de um Plano Nacional de Comunicação, com o objetivo de reforçar a importância das medidas de prevenção e esclarecer a população;

 

  1. d) A adequação legislativa das condições contratuais que permitam a compra de todas as vacinas eficazes e seguras disponíveis no mercado mundial;

 

  1. e) A aprovação de um Plano Nacional de Recuperação Econômica, com retorno imediato do auxílio emergencial.

 

Entendemos que o conjunto de medidas propostas somente poderá ser executado pelos governadores e prefeitos se for estabelecido no Brasil um “Pacto Nacional pela Vida” que reúna todos os poderes, a sociedade civil, representantes da indústria e do comércio, das grandes instituições religiosas e acadêmicas do País, mediante explícita autorização e determinação legislativa do Congresso Nacional.

Carlos Lula

Presidente do Conass

 

Escrito por: Badiinho Filho