O adolescente Samuel Lopes Ferreira Rosa, de 16 anos, sofreu um grave acidente enquanto pilotava sua moto em Catalão, no sudeste de Goiás. Um carro avançou sobre sua pista e o atingiu com força. O impacto jogou o jovem contra a calçada e fez seu capacete voar longe.
Mesmo após a colisão, o motorista, que atua como médico, não parou. Ele continuou dirigindo com a moto presa à frente do carro e só parou dois quarteirões depois. Em seguida, desceu do veículo e ignorou completamente o estado da vítima. Um morador flagrou tudo em vídeo.
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Estado de saúde é grave, segundo médicos
Equipes de resgate encaminharam Samuel ao Hospital São Marcos e, posteriormente, ao Hospital Regional de Itumbiara. De acordo com sua mãe, ele sofreu traumatismo craniano severo. “A rachadura no crânio vai da testa até a nuca. Fiquei sem chão. Só quero justiça”, relatou, emocionada.
Populares impediram fuga do motorista
Logo após o acidente, o médico tentou fugir, mas moradores o detiveram até a chegada da Polícia Militar. Dentro do veículo, os policiais encontraram diversas latas de cerveja. Apesar de se recusar a soprar o bafômetro, ele acabou preso em flagrante. A Polícia Civil o responsabilizou pelos crimes de embriaguez ao volante, lesão corporal grave e tentativa de fuga do local.
Juiz concede liberdade provisória com condições

Durante a audiência de custódia realizada neste sábado (17), o juiz Decildo Ferreira Lopes concedeu liberdade provisória ao médico Abel Martins Neto. A decisão incluiu o pagamento de uma fiança de R$ 10 mil, além do cumprimento de outras medidas cautelares.
O juiz avaliou que, embora as condutas do acusado sejam graves, ele não possui antecedentes criminais. Por isso, optou por medidas alternativas à prisão preventiva. O médico deverá manter o endereço atualizado e comparecer a todos os atos processuais.
Segundo o magistrado, a prisão provisória seria excessiva, já que o réu, mesmo se condenado, provavelmente cumprirá pena em regime menos rigoroso. O processo será redistribuído à Vara Criminal competente, que poderá reavaliar o caso.
Conselho de Medicina segue em silêncio
A reportagem tentou contato com o médico e com o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego). Até o fechamento desta matéria, nenhum deles havia se manifestado.
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