7 de maio de 2021

GOIÂNIA: JOVEM DENUNCIA QUE DESEMBARCADOR A ASSEDIOU COM TAPA NO BUMBUM E BEIJO NO PESCOÇO DURANTE O TRABALHO

Desembargador Orloff Neves Coelho é acusado de assediar jovem. Foto: Reprodução/TJ-GO.

Uma jovem de 22 anos denunciou à Polícia Civil que foi vítima de assédio sexual do desembargador aposentado Orloff Neves Rocha, em Goiânia. Segundo relato registrado na corporação, o magistrado deu um tapa no bumbum e beijou o pescoço da moça assim que ela terminou de prestar o serviço para o qual é contratada de empresa terceirizada do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO).

O órgão informou, por meio de nota, que “assim que tomou conhecimento abriu procedimento apuratório preliminar visando apurar os fatos na esfera administrativa”.

A Associação dos Magistrados de Goiás (Asmego) também se posicionou por meio de nota informando que “defende que as instituições devem observar o devido processo legal” e que “as investigações transcorram de forma ágil, ética e eficiente”.

Não foram localizados o próprio desembargador e nem a defesa dele para comentar o caso.

Tribunal de Justiça de Goiás. Foto: Tribunal de Justiça de Goiás/Divulgação


DENÚNCIA

Consta na denúncia feita à Polícia Civil que o assédio aconteceu no último dia 28 de abril, cinco dias antes do desembargador se aposentar voluntariamente.

Segundo relato, a jovem foi formatar o notebook do magistrado justamente porque ele iria deixar o cargo e devolver o aparelho. No entanto, ao se despedir, o homem sugeriu que eles saíssem para um barzinho, colocando um cartão com o número dele em um dos bolsos da moça.

Também de acordo com a denúncia, o homem abriu os braços querendo abraçá-la e, mesmo relutante e constrangida, a jovem acabou cedendo. Nesta oportunidade, conforme consta no registro policial, o desembargador beijou o pescoço dela e tentou beijá-la na boca, tentando tirar a máscara facial que ela usava.

Consta na descrição do incidente que a jovem conseguiu se afastar e, quando ia saindo, o magistrado deu-lhe um tapa no bumbum.

O episódio foi registrado na Polícia Civil no mesmo dia, ao fim da tarde.

Foi pedido informações sobre o andamento das investigações à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), mas a corporação informou que o “caso está tramitando em sigilo”, por isso não pode passar informações à respeito.

CARREIRA

Segundo informações do site do TJ-GO, Orloff foi advogado por 15 anos e depois magistrado – de 1985 até a aposentadoria voluntária, publicada no Diário da Justiça Eletrônico (DJE) na segunda-feira (3).

O órgão registrou que o desembargador atuou em Piranhas, Caiapônia e Ceres, foi presidente da 1ª Câmara Cível e ouvidor-geral da Justiça de Goiás.

 

OUTRAS ACUSAÇÕES

O nome do magistrado também é citado nas investigações contra o padre Robson de Oliveira. Em conversa com advogados, religioso teria concordado em pagar R$ 1,5 milhão a magistrados para ser beneficiado em um processo envolvendo uma fazenda. O padre negou qualquer irregularidade.

O TJ foi questionado sobre o andamento deste processo, mas o órgão informou que ele corre em segredo de Justiça, por isso não pode passar informações sobre o caso.

Sobre as acusações, à época que surgiram, a Asmego informou que nos áudios não há qualquer participação de desembargadores e que os próprios magistrados pediram a instauração da sindicância para comprovar a inocência. Eles colocaram seus sigilos bancários e telefônicos à disposição.

 

Escrito por: Redação/Fonte: G1 Goiás