A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercap), com sede em Goiânia, passou a comandar o inquérito da Operação Máscara Digital. A apuração mira ataques virtuais contra lideranças de Anápolis e envolve o nome do prefeito Márcio Corrêa (PL).
Até então, o Grupo Especial de Investigações Criminais (GEIC) de Anápolis cuidava do caso. Contudo, uma portaria interna da Polícia Civil transferiu a responsabilidade à Dercap. A delegacia recolheu todos os autos, celulares, computadores e documentos apreendidos, reunindo agora todas as provas produzidas na capital.
Nova delegacia, novo rumo
A mudança de delegacia ocorreu porque a portaria confere à Dercap a atribuição de investigar prefeitos e o governador. Apesar disso, a Polícia Civil ainda não divulgou a data de publicação da norma nem os motivos para a alteração.
Mesmo sem maiores detalhes, a transferência do inquérito sugere avanço nas apurações que envolvem o prefeito e servidores afastados. Embora a Dercap atue em casos de crimes contra a administração pública, a Operação Máscara Digital apura a divulgação de conteúdos ofensivos nas redes sociais — muitos deles dirigidos a políticos, empresários e líderes religiosos de Anápolis.
Mensagem comprometedora
Durante as investigações, a polícia identificou uma mensagem atribuída ao prefeito Márcio Corrêa. Em um grupo de WhatsApp, ele teria escrito: “bora soltar essa no Anápolis na roda 3”. Para os investigadores, a frase indica possível envolvimento na articulação dos ataques virtuais.
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Como ocupa o cargo de prefeito, Corrêa tem foro privilegiado. Dessa forma, a inclusão formal dele no inquérito depende da autorização da Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) e do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO). No dia 5 de junho, a desembargadora Rozana Camapum encaminhou o pedido ao Ministério Público, que ganhou prazo até 10 de julho para se manifestar.
Três prisões em maio
A Polícia Civil deflagrou a operação em maio. Na ocasião, prendeu Luís Gustavo Rocha, ex-secretário de Comunicação da Prefeitura; Denilson Boaventura, ex-diretor de Comunicação da Câmara; e a comunicadora Ellysama Aires, que disputou uma vaga na Câmara em 2024. Apesar da prisão, os três foram liberados no mesmo dia.
Após o episódio, tanto Luís quanto Denilson foram exonerados. Até agora, nem eles nem suas defesas se pronunciaram sobre os fatos.
Com informações do Diário de Goiás