11 de fevereiro de 2022

Delegado que prendeu médico em Cavalcante é transferido

Foto: Reprodução

A Polícia Civil transferiu de Cavalcante o delegado Alex Rodrigues, acusado de praticar abuso de autoridade ao prender um médico que negou-lhe atendimento prioritário em um posto de saúde. O nome do médico é Fábio Franca. Alex é alvo de um inquérito aberto esse mês pelo Ministério Público (MP-GO).

A Polícia Civil afirmou ao jornal Mais Goiás que a transferência não tem relação com o ocorrido: “por critérios técnicos, houve mudanças nas lotações de vários delegados, não só a dele”. A PC não informou para onde o delegado foi enviado e nem o número ou nome de profissionais transferidos. Argumentou que é “informação sigilosa.” O Mais Goiás também quis saber quem substituiu Alex, mas não houve retorno.


Caso do delegado e do médico

O caso que gerou polêmica teve início no último dia 26 de janeiro. À época, Fábio estava em atendimento quando o Alex compareceu à unidade e exigiu atendimento prioritário, porque desconfiava estar com Covid-19. Na oportunidade, Alex teria ordenado que Fábio deixasse de lado seu paciente e desse atenção exclusiva a ele. O médico teria negado o pedido sob alegação de que esse comportamento atentaria contra a ética profissional.

A polícia, então, retornou no dia seguinte e prendeu o médico por exercício ilegal da profissão. Apesar de o registro profissional de Fábio Franca constar como cancelado no Conselho Federal de Medicina (CFM), conforme justifica a própria Polícia Civil, o profissional possui permissão do Ministério da Saúde para atuar exclusivamente na Unidade Básica de Saúde por meio do programa Mais Médicos. A Secretaria Municipal de Saúde de Cavalcante também confirmou ao Mais Goiás que Fábio tem autorização para trabalhar.

O médico ficou um dia preso e houve comoção, inclusive com manifestações de apoio e contra o delegado. Desta forma, o MP-GO resolveu investigar a situação.

Desde o início do caso, a Polícia Civil mantém o mesmo posicionamento: não comenta ações do Ministério Público ou decisões do Judiciário. Já em relação às investigações internas, eles não podem dar detalhes sobre o avanço do procedimento da Corregedoria, por ter caráter sigiloso.

 

Publicado por: Badiinho Moisés