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Delegada Ivvy Rocha explica investigação sobre incêndio que matou mulher em Catalão

Homem foi preso suspeito de colocar fogo em colchão e provocar morte de uma mulher de 40 anos para roubar um aparelho de TV. Foto: Reprodução/Thiago Silva – Diante do Fato

Delegada Ivvy Rocha afirma que suspeito confessou parte do crime e que motivação foi o roubo da televisão da vítima

A Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Catalão deve encerrar até o fim desta semana o inquérito sobre o incêndio que matou uma mulher no bairro Nossa Senhora de Fátima, no início de outubro. A vítima sofreu queimaduras em 80% do corpo e morreu dias depois em um hospital de Goiânia. 

Bombeiros resgatam mulher com 80% do corpo queimado durante incêndio em Catalão – Foto: 10º BBM

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A delegada Ivvy Rocha, responsável pelas investigações, classificou o caso como latrocínio consumado — roubo seguido de morte. Segundo ela, o homem preso na última sexta-feira (10/10), lutou com a vítima, ateou fogo na casa e fugiu levando uma televisão, que os policiais já recuperaram.

“Temos indícios suficientes de autoria e provas da materialidade. O suspeito conhecia a vítima, esteve na casa e saiu do local enquanto o imóvel pegava fogo”, explicou a delegada.

Suspeito tenta justificar o crime

Suely Macedo da Silva, 40 anos de idade, morreu após nove dias internada em unidade hospitalar de Goiânia. Foto: Reprodução/Thiago Silva – Diante do Fato

Durante o depoimento, o suspeito confirmou que estava na residência, mas negou ter provocado o incêndio. Ele disse que, após consumir bebidas alcoólicas e drogas com a mulher, os dois iniciaram um “jogo” e atearam fogo em um edredom.

A delegada, porém, considera essa versão insustentável.

“Sabemos que só ele esteve na casa, saiu quando o fogo já se espalhava e ainda levou a televisão da vítima”, destacou.

Delegada descarta feminicídio

Apesar de o crime envolver uma mulher, Ivi Rocha entende que o caso não se enquadra como feminicídio. Para ela, o suspeito agiu com motivação patrimonial.

“Ele usou de violência para roubar. Na minha visão, isso caracteriza latrocínio. O Ministério Público pode avaliar de outra forma, mas os indícios apontam para roubo seguido de morte”, esclareceu.

Casos de violência aumentam nos fins de semana

Delegada Yvve de Melo Rocha é a titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) de Catalão. Foto: Badiinho Moisés

A delegada também alertou sobre o crescimento da violência contra mulheres em Catalão, principalmente aos finais de semana, quando aumentam os casos de consumo de álcool e drogas.

“Muitos agressores não se veem como criminosos. Eles ainda tratam a mulher como propriedade, como objeto. Isso é reflexo de uma cultura machista que precisamos combater”, afirmou.

Lei Maria da Penha é fundamental

Ivvy Rocha ressaltou que a Lei Maria da Penha representa um importante instrumento de proteção.

“Sou delegada desde antes da lei. Hoje, o agressor teme ser preso, e quem desrespeita a medida protetiva vai parar na cadeia. Em Catalão, temos prisões toda semana por descumprimento”, disse.

Delegacia oferece apoio multidisciplinar

A delegada lembrou que a Deam conta com uma equipe especializada para acolher vítimas de violência doméstica e orientar os encaminhamentos necessários.

“Nossa equipe está pronta para atender. A mulher que precisar de ajuda pode vir até nós, que garantiremos o apoio psicológico, jurídico e social”, concluiu.

 

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