Delegada Ivvy Rocha afirma que suspeito confessou parte do crime e que motivação foi o roubo da televisão da vítima
A Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Catalão deve encerrar até o fim desta semana o inquérito sobre o incêndio que matou uma mulher no bairro Nossa Senhora de Fátima, no início de outubro. A vítima sofreu queimaduras em 80% do corpo e morreu dias depois em um hospital de Goiânia.

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A delegada Ivvy Rocha, responsável pelas investigações, classificou o caso como latrocínio consumado — roubo seguido de morte. Segundo ela, o homem preso na última sexta-feira (10/10), lutou com a vítima, ateou fogo na casa e fugiu levando uma televisão, que os policiais já recuperaram.
“Temos indícios suficientes de autoria e provas da materialidade. O suspeito conhecia a vítima, esteve na casa e saiu do local enquanto o imóvel pegava fogo”, explicou a delegada.
Suspeito tenta justificar o crime

Durante o depoimento, o suspeito confirmou que estava na residência, mas negou ter provocado o incêndio. Ele disse que, após consumir bebidas alcoólicas e drogas com a mulher, os dois iniciaram um “jogo” e atearam fogo em um edredom.
A delegada, porém, considera essa versão insustentável.
“Sabemos que só ele esteve na casa, saiu quando o fogo já se espalhava e ainda levou a televisão da vítima”, destacou.
Delegada descarta feminicídio
Apesar de o crime envolver uma mulher, Ivi Rocha entende que o caso não se enquadra como feminicídio. Para ela, o suspeito agiu com motivação patrimonial.
“Ele usou de violência para roubar. Na minha visão, isso caracteriza latrocínio. O Ministério Público pode avaliar de outra forma, mas os indícios apontam para roubo seguido de morte”, esclareceu.
Casos de violência aumentam nos fins de semana

A delegada também alertou sobre o crescimento da violência contra mulheres em Catalão, principalmente aos finais de semana, quando aumentam os casos de consumo de álcool e drogas.
“Muitos agressores não se veem como criminosos. Eles ainda tratam a mulher como propriedade, como objeto. Isso é reflexo de uma cultura machista que precisamos combater”, afirmou.
Lei Maria da Penha é fundamental
Ivvy Rocha ressaltou que a Lei Maria da Penha representa um importante instrumento de proteção.
“Sou delegada desde antes da lei. Hoje, o agressor teme ser preso, e quem desrespeita a medida protetiva vai parar na cadeia. Em Catalão, temos prisões toda semana por descumprimento”, disse.
Delegacia oferece apoio multidisciplinar
A delegada lembrou que a Deam conta com uma equipe especializada para acolher vítimas de violência doméstica e orientar os encaminhamentos necessários.
“Nossa equipe está pronta para atender. A mulher que precisar de ajuda pode vir até nós, que garantiremos o apoio psicológico, jurídico e social”, concluiu.






