13 de janeiro de 2023

CRATERAS SE ABREM EM FAZENDA DO INTERIOR DE GOIÁS E MORADORES SE SURPREENDEM

Prefeitura explica que as erosões, chamadas voçorocas, começaram de forma mais branda em dezembro do ano passado, mas se intensificaram na última semana. Fortes chuvas agravam o problema.

Voçorocas – crateras- que se abriram em fazenda de Goiás — Foto: Arquivo Pessoal/Nara Cristina

Moradores se surpreenderam com crateras que se abriram em uma fazenda de Vila Propício, no centro de Goiás. De acordo com a Prefeitura, as erosões começaram de forma mais branda em dezembro do ano passado, mas se intensificaram na última semana, devido à grande quantidade de chuvas na região.

A secretária de Administração da cidade, Nara Cristina, contou que as crateras se abriram em uma propriedade privada do município. Imagens mostram o tamanho dos buracos e até um trator que ficou preso a terra (assista abaixo).

A professora de Geologia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal de Goiás (UFG), Joana Sánchez, explicou que o fenômeno em questão se chama voçoroca e é causado pela inconsolidação do solo; uma terra que se fragmenta facilmente.

“A voçoroca é um processo natural, mas acelerado pelo desmatamento. Algumas vezes têm reconstrução, outras vezes só continua aumentando. Com certeza o aumento das chuvas aumentou por causa do solo encharcado”, explica a geóloga.

A dona da fazenda, Lenir Carneiro, conta que, após as voçorocas se abrirem, ela mandou arrumar o solo da propriedade de imediato, já que ela possui animais que dependem do pasto.

“Já tapamos as crateras com o uso de retroescavadeiras e trator. Como temos gado, tivemos que arrumar para fazer a passagem deles para que eles possam beber água, comer…”, disse Lenir.

A geóloga Joana ainda ressalta que só colocar terra sobre as crateras não resolve o problema, sendo necessário fazer um estudo do solo, já que o problema pode persistir.

“É preciso fazer um estudo para por entulho e terra, para que pare de aumentar. E se tiver casas em volta, é perigoso, porque pode ‘levá-las embora’”, pontuou a profissional.

 

Publicado por: Badiinho Moisés/Texto: Gabiela Macêdo e Jamyle Amoury, g1 Goiás