10 de janeiro de 2022

Capitólio: oito das dez vítimas são identificadas, e buscas continuam

Trabalho dos Bombeiros é encontrar fragmentos de corpos no desabamento de rocha do local conhecido como Mar de Minas.

Mais três das 10 vítimas da queda do paredão em Capitólio são identificadas; saiba quem são — Fotos: Reprodução

As buscas no lago de Furnas, em Capitólio (MG), continuarão nesta segunda-feira (10), anunciaram a Defesa Civil e a Polícia Civil de Minas Gerais. Segundo os órgãos, os trabalhos prosseguirão porque, embora todos os dez mortos tenham sido resgatados, cinco dos quais já identificados, algumas vítimas tiveram somente fragmentos dos corpos encontrados.

Além disso, a polícia aguarda eventuais comunicações de novos desaparecimentos, no caso de eventuais turistas que estavam sozinhos. “Pode ser que uma pessoa ou um casal estivesse caminhando e tenha caído uma pedra. Até o momento, nenhum dos órgãos recebeu informação de outros desaparecidos. Nós estamos iniciando e não temos pressa de terminar os trabalhos”, disse o delegado Marcos Pimenta, da Polícia Civil mineira.

Até o momento, os corpos identificados são de Júlio Borges Antunes, de 68 anos, natural de Alpinópolis (MG), Camila Silva Machado, de 18 anos, natural de Paulínia (SP) e Mykon Douglas de Osti, de 24 anos, natural de Campinas (SP). Os três já foram liberados dos IML (Instituto Médico Legal) e entregues aos familiares.

As outras duas vítimas identificadas são Sebastião Teixeira da Silva, de 64 anos, natural de Anhumas (SP) e a esposa, Marlene Augusta Teixeira da Silva, de 57 anos, natural de Itaú de Minas (MG). Os dois continuam no IML à disposição dos familiares.

A Polícia Civil identificou na madrugada desta segunda-feira (10) outras três vítimas do acidente que deixou dez mortos. Os identificados foram Geovany Teixeira da Silva, de 37 anos; Geovany Gabriel Oliveira da Silva, 14 anos e Thiago Teixeira da Silva Nascimento, 35 anos.

Responsabilidades

O sargento da Defesa Civil de Minas Gerais Wander Silva informou que a apuração sobre a falta de fiscalização e de medidas de segurança, que poderiam ter prevenido a tragédia, será discutida na investigação em inquérito aberto pela Marinha.

“Este não é o momento [de discutir isso]. Estamos concentrados nas buscas, e essas responsabilidades, no decorrer do inquérito, serão apuradas. Isso será verificado posteriormente”, argumentou. Cerca de duas horas antes da tragédia, a Defesa Civil mineira emitiu um alerta de cabeça-d´água [forte enxurrada em rios provocada por chuvas] para a região de Capitólio, mas os passeios turísticos continuaram normalmente.

 

Reunião

Os prefeitos de São José da Barra, Paulo Sergio de Oliveira, e de Capitólio, Cristiano Silva, anunciaram que medidas para reforçar a segurança do turismo no lago de Furnas serão discutidas nesta segunda-feira. O encontro reunirá prefeitos da região e representantes da Defesa Civil de Minas Gerais, da Polícia Militar e da Marinha.

Segundo o prefeito de Capitólio, uma lei municipal de 2019 disciplina o turismo no cânion, proibindo banhos na área de circulação das lanchas e limitando a 40 o número de embarcações que podem permanecer por até 30 minutos na região do cânion. Além disso, normas da Marinha estabelecem o ordenamento da orla do lago.

Cristiano Silva admitiu, no entanto, que, até agora, não existia uma norma sobre a distância mínima entre as lanchas e os paredões rochosos. De acordo com o prefeito, um perímetro mínimo de segurança só poderá ser definido após estudo técnico. Ele ressaltou que o desprendimento de um bloco tão grande é inédito na região.

“Meu pai vive aqui há 76 anos e nunca viu um desligamento de rocha desses. Acredito que, daqui para a frente, a gente precisa fazer uma análise [geológica]. Aquelas falésias estão ali há milhares de anos. Essa formação rochosa de quartzito tem essas fendas e fissuras. Já foram feitos vários estudos geológicos. Se tinha algum risco, tinha de ser emitido por um órgão superior”, explicou.

O prefeito disse ainda que uma foto de 2012, divulgada ontem nas redes sociais, em que aparece um paredão com fissura larga, não se refere à rocha que desabou, mas a uma que continua intacta no trecho central do cânion. De acordo com ele, a fissura no bloco que desmoronou era menor que a da pedra mostrada na foto.

 

Visita cancelada

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que visitaria o município de Capitólio neste domingo (9), cancelou a ida à região. Segundo o governo estadual, o mau tempo impossibilitou a viagem.

“Por causa das fortes chuvas que atingem o estado, as quais inviabilizam as autorizações e condições para voo, o governador não irá a Capitólio neste domingo. Nova data para a viagem será anunciada em breve”, informou a Secretaria de Governo do estado.

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Publicado por: Badiinho Moisés/Informações são do Portal R7 e G1