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Caiado se antecipa e anuncia medidas em auxílio a empresas afetadas pelo tarifaço

Em meio à crise comercial entre Brasil e Estados Unidos, Caiado promove primeiro encontro oficial após formação de grupo de trabalho composto por representantes do governo goiano e do setor produtivo - Foto: Lucas Diener e Cristiano Borges

O governador Ronaldo Caiado apresentou, nesta terça-feira (22/7), um pacote de medidas econômicas para minimizar os impactos da tarifação imposta pelos Estados Unidos ao Brasil. Em reunião com empresários no Palácio das Esmeraldas, Caiado detalhou as linhas de crédito que o Governo de Goiás disponibilizará a empresas afetadas pela crise comercial.

Estado sai na frente com medidas emergenciais

Goiás foi o primeiro estado brasileiro a anunciar ações concretas diante do chamado “tarifaço” anunciado pelo presidente Donald Trump. Três fundos estarão disponíveis para socorrer empresas exportadoras:

  1. Fundo Creditório: linha de crédito voltada para setores que exportam para os EUA. Estão previstos R$ 628 milhões em créditos de ICMS, que poderão ser utilizados como garantia em financiamentos. Deste total, R$ 314 milhões virão de créditos acumulados e os outros R$ 314 milhões de investidores privados.

  2. Fundeq: o Fundo de Equalização para o Empreendedor, criado em 2020 durante a pandemia, poderá subsidiar encargos financeiros de operações de crédito.

  3. Fundo de Estabilização Econômica: reserva emergencial do Estado, voltada para momentos de crise, que assegura a continuidade dos serviços essenciais e apoio ao setor produtivo.

Linha de crédito terá juros abaixo da média federal

A proposta do Fundo Creditório será oficialmente apresentada no leilão da Bolsa B3, em São Paulo, no dia 5 de agosto. A taxa de juros será de 10% ao ano, pelo menos três pontos percentuais abaixo de linhas de crédito federais como BNDES, Plano Safra e fundos constitucionais.

Apoio do setor produtivo

Diversos líderes empresariais elogiaram as iniciativas. O vice-presidente da Fieg, Flávio Rassi, destacou a agilidade do governo. “É impressionante a ferramenta apresentada. É importante ter um governador que pensa com antecedência”, comentou.

Paulo Afonso Ferreira, vice-presidente da CNI para o Centro-Oeste, afirmou que Goiás lidera o enfrentamento à crise. Já Zé Garrote, ex-presidente da Adial, disse que a proposta traz “novas visões e formas de negociar”.

Empresas devem manter empregos como contrapartida

Para acessar os fundos, as empresas deverão protocolar pedidos junto à Secretaria-Geral do Governo (SGG) e se comprometer a manter os empregos durante o período de uso do crédito. Os recursos poderão ser usados para novos investimentos, ampliação da capacidade produtiva ou capital de giro.

As atividades econômicas beneficiadas incluem: produção mineral, agronegócio (soja, algodão, café), indústria de alimentos, criação de bovinos e pesquisa científica.

Comitê permanente e reuniões setoriais

Caiado também criou um comitê de gestão de crise, que manterá contato permanente com o empresariado. A partir de quarta-feira (23/7), o governo realizará reuniões com representantes dos seguintes setores: fármacos e saúde, carnes, mineração, setor sucroenergético, soja e cítricos, além de curtumes.

O titular da SGG, Adriano da Rocha Lima, explicou que o conselho formado por seis secretarias estaduais será responsável por definir as áreas estratégicas que receberão os recursos. Já a Secretaria da Economia validará os créditos de ICMS e coordenará as transferências, garantindo a regularidade fiscal das operações. A liberação dos recursos deve começar no dia 6 de agosto.

Relação comercial com os EUA

Os Estados Unidos são o segundo maior destino das exportações goianas, atrás apenas da China. Entre janeiro e junho deste ano, Goiás exportou cerca de US$ 337 milhões em produtos, principalmente carnes (61%) e derivados de ferro e aço (11%). No mesmo período, importou aproximadamente US$ 289 milhões, principalmente máquinas (38%) e produtos farmacêuticos (29%).

Participação de entidades

Participaram do encontro a primeira-dama Gracinha Caiado, secretários estaduais, prefeitos e representantes de instituições como Faeg, Sindicarnes, OCB-Goiás, Aprosoja, Facieg, Acieg, CDL, Fecomércio, Sebrae, Senar, Sesc/Senac, AGM e FGM.

Com informações da Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

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