O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quinta-feira (13) uma nova rodada de visitas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar em Brasília. A decisão, registrada na Ação Penal 2.668, atende pedidos de 13 autoridades e aliados políticos.
Entre os autorizados está o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que visitará Bolsonaro no dia 9 de dezembro, entre 9h e 18h.
A liberação ocorre enquanto o processo sobre a tentativa de golpe se aproxima do trânsito em julgado. Nos bastidores do STF, a expectativa é que o início da pena em regime fechado ocorra em 2025, após a análise dos últimos recursos. Até lá, Bolsonaro mantém o direito de receber visitas previamente autorizadas.
Caiado nega motivação eleitoral
O governador goiano tem ganhado destaque no cenário político diante da autorização. Após reunião com a bancada federal, em Brasília, sobre a PEC da Segurança e o PL Antifacção, Caiado afirmou que a visita não tem caráter eleitoral.
“É uma visita de caráter humanitário e político-institucional”, disse. Segundo ele, não há pedido de apoio para sua pré-candidatura à Presidência em 2026.
No ofício enviado ao STF, Caiado declarou não ter intenção de interferir na execução da prisão domiciliar. Ele também afirmou que não discutirá questões judiciais relacionadas ao processo do ex-presidente.
Ainda de acordo com o governador, a visita busca manter “canais de diálogo respeitosos entre lideranças políticas”, argumento reforçado no documento enviado ao ministro.
Movimento ocorre em meio à disputa pela direita
Embora negue motivações eleitorais, Caiado intensifica aproximações com setores da direita. Nos últimos meses, ele elevou o tom em discursos sobre segurança pública, defendeu medidas mais duras contra o crime organizado e ampliou críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Além disso, o governador já declarou que concederia anistia a Bolsonaro caso vencesse a eleição presidencial, gesto interpretado por aliados como uma sinalização direta ao eleitorado bolsonarista.
Visitas ocorrem paralelamente ao debate do PL Antifacção
A lista autorizada inclui governadores, ex-ministros e parlamentares que participam da articulação do PL Antifacção, proposta que endurece penas contra integrantes de organizações criminosas. O relator do texto, deputado Guilherme Derrite (PP), também recebeu autorização para visitar o ex-presidente.
Os encontros seguem regras rígidas. Conforme decisão do STF, todos os veículos que deixarem a casa de Bolsonaro serão vistoriados, como já estabelecido em despachos anteriores.

