Uma adolescente de 16 anos conseguiu fugir de casa durante a madrugada e denunciou que vivia há cerca de dois anos em cárcere privado, sofrendo torturas constantes. A polícia prendeu a mãe, o padrasto e uma mulher que morava com o casal.
A jovem se mudou para Goiânia após a separação dos pais, mas, conforme relatou, a mãe passou a mantê-la isolada nos fundos da casa, em uma área de lavanderia. Além disso, a vítima contou que apanhava com frequência, ficava sem comida por vários dias e não podia tomar banho como forma de castigo.
A conselheira tutelar Aline Pinheiro Braz dos Santos explicou que as agressões aconteciam por motivos banais.
“Eles criavam formas de punir. Às vezes, ela passava a noite inteira ajoelhada. Em outras situações, ficava três dias sem se alimentar. Ela está muito machucada”, afirmou.
A situação só mudou quando a adolescente, desesperada, conseguiu escapar. Ela correu para a rua, pediu ajuda e uma mulher a acolheu. Em seguida, emprestou o celular para que ela ligasse ao pai. O homem veio imediatamente para Goiânia e acionou a polícia.
O pai contou que tentava falar com a filha havia meses, no entanto, a mãe sempre dizia que estava tudo bem e nunca permitia contato direto. Além disso, a adolescente estava proibida de usar telefone ou redes sociais.
Depois do resgate, a jovem passou por exames no Instituto Médico Legal (IML). Em seguida, a Delegacia da Mulher assumiu a investigação e acompanha o caso. O trisal permanece preso e responderá pelos crimes de tortura e cárcere privado, entre outras possíveis acusações.

