16 de outubro de 2014

Trabalhadores da John Deere paralisam as atividades em ato de repúdio contra demissões

Escrito por: Juliana Barbosa (Assessora de Imprensa Simecat)

John Deere
Trabalhadores da John Deere paralisaram suas atividades por mais de duas horas em um ato de repúdio contra as 150 demissões anunciadas pela empresa

Na manhã desta quinta-feira (16), os trabalhadores da John Deere paralisaram suas atividades por mais de duas horas em um ato de repúdio contra as 150 demissões anunciadas pela empresa, que representa cerca de 20% da fábrica. Eles percorreram o Distrito Industrial em uma marcha de solidariedade aos demitidos juntamente com o Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão (SIMECAT).

A empresa de máquinas agrícolas alega queda na produção e afirma ser necessário o ajuste no quadro de funcionários. De acordo com o presidente do SIMECAT, Carlos Albino, a John Deere se mostrou irredutível, não quis discutir nenhuma outra medida para reverter a situação e insistiu nas demissões. A empresa abriu o Programa de Demissão Voluntária (PDV), mas apenas 12 aderiram.

Logo após a mobilização, o sindicato se reuniu com a John Deere para discutir algumas medidas para amenizar a situação dos desempregados, como um abono, por exemplo. A reunião deve acontecer até o fim desta quinta-feira, portanto, nenhum acordo ainda foi firmado. O sindicato também não foi comunicado sobre a lista dos demitidos.

“É lamentável essa situação, são 150 pais de família na rua, mas a revolta maior é de a empresa não querer pensar em outras alternativas. Agora nosso esforço é para negociar um bônus para os que perderam o emprego”, afirma o presidente Carlos Albino. Ele também fez um apelo aos empresários da cidade para dar uma atenção especial para esses trabalhadores que foram demitidos inesperadamente.

Segundo a empresa, mais de 120 funcionários estão em banco de horas há cinco meses. Ela afirma ainda que possivelmente mais 100 trabalhadores deverão ser demitidos ou colocados em regime de layoff, porém a decisão será tomada somente no próximo mês. De acordo com seus representantes, em 2015, a sua produção deverá ser reduzida em 37%.

 

Leiam a nota de Posicionamento John Deere

Em seu Relatório de Finanças do 3º Trimestre do Ano Fiscal 2014, publicado em 13 de agosto, a Deere&Company comunicou previsões de queda de 15% nas vendas da indústria de máquinas agrícolas na América do Sul, em relação aos altos índices atingidos em 2013. Além disso, segundo a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), pelo menos 44 usinas fecharam na região Centro-Sul do país nos últimos tempos, uma demonstração do momento de crise pelo qual o setor canavieiro passa desde 2008.

 Diante deste cenário, a John Deere Brasil comunica que, apesar de todos os esforços, anunciou aos funcionários um Plano de Demissão Voluntária na fábrica de colhedoras de cana em Catalão (GO) para adequação à volatilidade do mercado brasileiro.

 Além disso, conforme exposto em reunião com Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão (SIMECAT), caso não seja atingida a quantidade necessária de adeptos ao Plano de Demissão Voluntária, a John Deere informa que deve fazer ajustes no quadro pessoal da fábrica.

 Com mais de 30 anos de história no Brasil, a companhia reitera que sempre teve como prática conduzir seus processos de forma ética e transparente, principalmente no que se refere à negociação de alternativas trabalhistas com os próprios funcionários, sindicatos e entidades de classe.

 A John Deere ressalta ainda que manterá sua política de investimentos em Goiás  para que a sua unidade localizada no Estado continue atingindo seus excelentes  níveis de produtividade, oferecendo as mais modernas tecnologias agrícolas  aos produtores, por meio de uma sólida rede de concessionários, e siga contribuindo para o desenvolvimento de Goiás.