3 de novembro de 2013

Tempo de eleições na UFG Câmpus Catalão

Por: Roberto Tavares
comunidade universitária novamente se mobiliza em um novo processo democrático de escolha de seus dirigentes (Diretor e Vice-Diretor) para o mandato 2014-2017
O câmpus da Universidade Federal de Goiás em Catalão está fervendo, mas nada tem a ver com as altas temperaturas dos últimos dias, o motivo é de ordem eleitoral. 
Apenas três anos após a escolha de seu último Diretor a comunidade universitária novamente se mobiliza em um novo processo democrático de escolha de seus dirigentes (Diretor e Vice-Diretor) para o mandato 2014-2017. Tal processo se deve ao fato de o atual Diretor, professor Manoel Chaves, ter sido eleito como Vice-Reitor da UFG, cargo que ele assume a partir de dezembro, e diferente do afastamento de um prefeito, onde assume o vice, por exemplo, o Regimento da UFG prevê a convocação de novas eleições no caso de ausência definitiva do Diretor.
 
Também diferente de uma eleição normal a escolha do novo Diretor do Câmpus Catalão não é um processo eleitoral comum, pois não se trata de uma eleição propriamente dita, mas sim de uma consulta a comunidade universitária, coordenada por uma comissão composta por representantes das entidades de classe que compõem essa comunidade (ADCAC – professores; SINT-IFESgo – técnicos administrativos; e DACC – estudantes), cujo resultado posteriormente pode ser referendado pelo Conselho Diretor do Câmpus. Tal processo é uma alternativa à legislação que disciplina a escolha dos dirigentes das instituições federais de ensino superior (que data do Governo Militar) e prevê que a eleição dos diretores deve ser feita na proporção de 70% do peso dos votos para os professores; 15% para estudantes e 15% para técnicos administrativos, ou seja, pela legislação arcaica do período militar a escolha do Diretor fica restrita aos professores, que tem o maior peso na eleição, já no processo de consulta o voto de cada um dos segmentos da comunidade universitária tem o mesmo peso (1/3 para professores, 1/3 para estudantes e 1/3 para técnicos), dessa forma cada chapa deve ter propostas e conversar com cada categoria, tornando o processo mais democrático.
 
Os candidatos

E para a consulta à comunidade universitária do Câmpus Catalão este ano são três chapas:

 
Chapa 1 – Thiago Jabur (Diretor) e Denis Rezende (Vice)

Thiago e Denis 2

Thiago é professor do curso de Ciência da Computação e atualmente é coordenador do CERCOMP no Câmpus Catalão. Denis é professor do curso de Física, do qual já foi coordenador. A principal marca dessa chapa é a juventude (os dois professores estão entre os mais jovens e qualificados do câmpus) e propõem uma gestão moderna, ágil e participativa. 
 
Chapa 2 – Wolney Honório (Diretor) e Júlio Valandro (Vice)

Wolney e Julio

Wolney é historiador e professor do curso de Pedagogia e do Mestrado em Educação, atualmente é chefe do Departamento de Educação do Câmpus Catalão e membro da comissão de atualização do estatuto da UFG. Júlio é professor do curso de Engenharia de Produção, que já coordenou, e recentemente concluiu o pós-doutorado na University of Ulster – Belfast/Irlanda do Norte/Reino Unido. A chapa tem o mote “Autonomia, Transparência e Responsabilidade”, que propõe a consolidação do crescimento do câmpus e aumento da representatividade deste junto às instâncias internas da UFG.
 
Chapa 3 – José Vieira Neto (Diretor) e Ulysses Rocha (Vice)

Neto e Ulysses

José Vieira, ou simplesmente Neto, já foi Diretor do Câmpus Catalão (mandato 2003/2007), é professor do curso de Geografia, que já coordenou, e muito conhecido no câmpus por sua simpatia. Ulysses é professor do curso de Letras, que também já coordenou em várias oportunidades, e escritor, com vários livros publicados. O principal argumento dessa chapa é fazer uma universidade viva e participativa e aposta na experiência que o professor Neto adquiriu na época em que foi Diretor, quando vivenciou os primeiros momentos do programa de expansão das universidades federais, e na simpatia dos dois candidatos, entre os mais bem quistos no câmpus.
O que esperar dessa disputa?

Um debate qualificado de propostas, que contemplem políticas para evitar a evasão dos estudantes e a ampliação da assistência estudantil para além do oferecimento de bolsas. Debates internos sobre infraestrutura para as atividades acadêmicas e desburocratização dos procedimentos administrativos também devem ter destaque. E de interesse da comunidade de Catalão e região com certeza estará o tema da abertura de novos cursos, em especial a tão falada Medicina (que todo mês tem uma faixa diferente pedindo apoio).