Investimento pode chegar a R$ 7 bilhões e gerar até 3 mil empregos diretos
Catalão se posiciona, cada vez mais, como um dos principais polos industriais de Goiás. A cidade entrou no radar da montadora chinesa GAC Motors, que estuda a instalação de uma fábrica no município. Se confirmado, o investimento pode alcançar R$ 7 bilhões, com a criação de até 3 mil empregos diretos.
O secretário de Indústria, Comércio e Serviços de Goiás, Joel de Sant’Anna Braga Filho, confirmou a informação em entrevista. Segundo ele, o anúncio aconteceu durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, em um encontro com o presidente chinês Xi Jinping.
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“Quando o próprio presidente da China faz esse anúncio, fica evidente que as negociações estão bem encaminhadas. Embora ainda não haja confirmação oficial, o Governo de Goiás se antecipou, entregou uma carta de intenções à GAC e apresentou todos os incentivos que oferecemos”, ressaltou o secretário ao Blog do Badiinho.
Por que Catalão é tão atrativa?

O município reúne diversos fatores que despertam o interesse de grandes indústrias. Primeiramente, Goiás está entre os três estados brasileiros — ao lado de Bahia e Pernambuco — que oferecem o regime automotivo, um benefício federal que reduz os custos na produção de veículos.
Além disso, Catalão possui uma localização estratégica, próxima aos principais centros consumidores do país, como as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Isso, somado aos incentivos estaduais e à infraestrutura disponível, torna a cidade extremamente competitiva.
“Caso esse projeto avance, teremos um dos maiores investimentos da história de Catalão e a geração de milhares de empregos. Isso fortalece ainda mais nosso papel na economia do estado”, destacou Joel Braga.
Possível parceria com a Mitsubishi facilita a operação

Nos bastidores, ganha força a possibilidade de a GAC operar utilizando a estrutura da Mitsubishi, administrada pela HPE Automotores (Souza Ramos). Esse caminho é visto como mais rápido e eficiente, uma vez que a GAC já fabrica veículos para marcas como Toyota e Honda na China, consolidando uma forte relação com o mercado japonês.
“A planta da Mitsubishi em Catalão tem capacidade para produzir até 100 mil veículos por ano, mas atualmente opera com uma média de 22 a 25 mil unidades anuais. Portanto, existe espaço para ampliação imediata, caso uma parceria se concretize”, explicou o secretário.
Ele também destacou que essa possibilidade reduziria custos operacionais e aceleraria o início das atividades, uma vez que parte da infraestrutura já está pronta.

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Missão ao Japão deve acelerar negociações
No próximo dia 10 de julho, uma comitiva liderada pelo governador Ronaldo Caiado, com participação do prefeito de Catalão e do próprio Joel Braga, embarca para o Japão. O objetivo principal da viagem é negociar diretamente com os executivos da Mitsubishi, tanto da matriz quanto do escritório no Brasil.
“Nós vamos juntos, porque o prefeito é o representante legítimo da cidade onde está a fábrica. Precisamos alinhar os interesses do município, do estado e da empresa. Além disso, essa viagem também é uma oportunidade de consolidar a vinda da GAC. Se ela vier em parceria com a Mitsubishi, será muito mais fácil. Afinal, eles já trabalham juntos na China”, afirmou Joel.
Outros investimentos impulsionam a economia de Catalão
A movimentação econômica não se limita ao setor automotivo. A fábrica da John Deere (Jundia) também se prepara para uma expansão significativa, com uma nova linha de máquinas agrícolas. Paralelamente, o setor de mineração segue aquecido, com negociações em andamento com empresas como Mosaic e CMOC.
De acordo com o secretário, Catalão ainda possui um trunfo estratégico: as terras raras, minerais fundamentais para tecnologias de energia limpa, baterias e processos de descarbonização. Esse diferencial coloca a cidade no centro das discussões sobre transição energética.
Duplicação da rodovia até Goiânia volta ao debate
Outra pauta que ganha força é a duplicação da rodovia que liga Catalão a Goiânia, considerada essencial para impulsionar o desenvolvimento regional. Segundo Joel Braga, esse projeto é vital para conectar Catalão de forma mais eficiente às regiões mais ricas de Minas Gerais e São Paulo.
“Essa obra é fundamental não só para Catalão, mas para todo o estado. Inclusive, há mais de 15 anos, ouvi do grande estrategista Eliezer Batista que essa ligação mudaria o futuro de Goiás. E ele estava absolutamente certo”, concluiu Joel.
Ouça a entrevista: