25 de setembro de 2018

SAÚDE DE GOIÁS NA UTI: por falta de insumos e medicamentos, HUGO, maior hospital de urgência e emergência foi interditado pelo Ministério do Trabalho

Foto: Reprodução

O Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), maior unidade pública especializada no atendimento a urgência e emergência do Estado de Goiás, foi interditado ontem, segunda-feira (24), pelo Ministério do Trabalho por falta de insumos e medicamentos.

Uma reunião foi convocada pelo Ministério Público Federal (MPF/GO), para que os diretores do hospital e os responsáveis pela Secretaria Estadual de Saúde, pudessem dar explicações o porquê a situação teria chegado a tal ponto.

A reunião que aconteceu a portas fechadas, segundo reportagem do Bom Dia Goiás da TV Anhanguera na edição desta terça-feira (25), a imprensa só foi autorizada a fazer algumas imagens da reunião em que foram convocados pelo MPF/GO, o Secretário Estadual de Saúde, Leonardo Vilela, diretores do Hugo e da Organização Social, OS que administra o Hospital de Urgência de Goiânia (HUGO).

O Secretário de Saúde do Estado de Goiás, Leonardo Vilela, após ser abordado pelo repórter Honório Jacometto da TV Anhanguera, o qual indagou o secretário o Estado deve ou não o montante de R$ 29 milhões a Gerir. Em poucas palavras, Leonardo Vilela respondeu em poucas palavras: “nós vamos comunicar em nota depois”. Na sequência Jacometto emendou outra pergunta, se o secretário não poderia falar com eles (imprensa) para explicar o que está acontecendo? O chefe da saúde pública do Estado de Goiás respondeu que naquele momento não poderia dar as explicações, afirmando que seriam tomadas as providências devidas, e a última pergunta feita pelo repórter foi relacionada a quantos dias o problemas seria solucionado, mas o secretário deu as costas para a equipe de TV e entrou no elevador.

Secretário de Saúde do Estado de Goiás, Leonardo Vilela, deu as costas para repórteres e se negou a dar explicações. Foto: TV Anhanguera/Reprodução

Apesar das denúncias do Sindicato dos Médicos, Conselho de Medicina, do Ministério do Trabalho, Conselho de Farmácia e de parentes de pacientes, os quais relatam uma crise no HUGO, o diretor da unidade afirma que tudo está seguindo normalmente e sem prejuízos para a população. Quando o repórter foi indagar o diretor do hospital sobre as reclamações dos médicos e de outras entidades e órgãos, ele foi interrompido, e afirmou que não falaria mais e que pararia de falar, e ao ser indagado se tudo no HUGO estaria normal mesmo com a medida de interdição, o diretor respondeu: “Não está normal não, não distorçam. O hospital está funcionando, e eu exijo que o hospital seja respeitado e não desmoralizado”, afirmou Ciro Ricardo Pires de Castro, diretor geral do HUGO.

Ciro Ricardo Pires de Castro, diretor geral do HUGO. TV Anhanguera/Reprodução

No documento que determina a interdição do Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO), os auditores do MPF/GO, afirmam que a situação do hospital é gravíssima e exige elaboração e cumprimento rápido do plano de emergência que deve começar com o impedimento de entrada de novos pacientes. O termo de interdição diz que “a confiabilidade dos procedimentos médicos e da enfermagem está gravemente ameaçados em razão das condições de trabalhos precários. Concluindo que “não existe prestação de serviço de saúde segura, para trabalhadores e pacientes num hospital, sem medicamentos e insumos certos, confiáveis e em quantidades necessárias”.

A reportagem da TV Anhanguera revelou que na prática o Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO), não será fechado de imediato, e o plano de interdição pretende diminuir o número de pacientes de acordo com a quantidade de medicamentos no estoque do hospital. Mas em caso de uma não reposição de medicamentos e materiais no HUGO, o hospital ficará impedido de receber novos pacientes.

“Com essa interdição, eles vão adequar o atendimento da unidade com a realidade da farmácia. Esse é objetivo, não é fechar as portas do HUGO, mas é atender conforme as suas possibilidades reais. Essa medida ela é necessária, até o dia que tenha uma regularidade do abastecimento da unidade, pois é muito triste o que está acontecendo no HUGO”, disse Jaqueline Carrijo, auditor do Ministério do Trabalho.

Procurador da República, Ailton Benedito de Souza. Foto: TV Anhanguera/Reprodução

O Procurador da República, Ailton Benedito de Souza, disse que nesta semana o HUGO recebeu recursos de R$ 2 milhões de reais para comprar medicamentos, mas o recurso é insuficiente para colocar fim na crise. “É inconcebível que, isso seja tratado emergencialmente, essa semana, e daqui a uma semana venha a repetir o mesmo problema. O próprio secretário de saúde do Estado, mencionou que outros hospitais, geridos por Organizações Sociais (OS), também estão enfrentando o mesmo tipo de problema, e por isso, o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Estado, estão trabalhando de forma conjunta, no sentido de que, essa situação seja regularizada em todas essas unidades de saúde”, afirmou o Procurador durante entrevista.

Nessa semana, reportagem da TV Anhanguera, afiliada da Rede Globo em Goiás, mostrou que três leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HUGO foram desativadas por falta de médicos.

A Secretaria Estadual de Saúde do Estado de Goiás, por meio de nota, informou que o plano de emergência exigido pelas autoridades deve ser entregue nesta próxima quarta-feira (26).

Escrito por: Badiinho Filho/Com informação TV Anhanguera Goiás