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Entenda como funcionava o esquema da R-West que enganou mais de 130 pessoas em Catalão

A Polícia Civil de Catalão investiga um golpe financeiro envolvendo a empresa R-West, apontada como responsável por uma pirâmide que avançou para diversas cidades brasileiras. Em coletiva de imprensa, o delegado Pedro Democh, da 1ª Delegacia Distrital de Polícia (DDP) de Catalão, responsável pelo caso, afirmou que a operação seguia todos os padrões clássicos de um esquema fraudulento.

Segundo o delegado, a R-West iniciou suas atividades em Catalão por volta de outubro e, desde o começo, já apresentava sinais de irregularidades. Na época, a equipe do escritório chegou a ser alertada sobre a possibilidade de se tratar de um golpe. “Agora afirmo com clareza: é um caso de pirâmide financeira”, declarou o investigador. 

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Como funcionava o golpe

Empresa com escritórios em Catalão é acusada de sumir com valores aplicados por moradores. Foto: Reprodução/Diante do Fato

De acordo com a Polícia Civil, a empresa seguia o modelo tradicional das pirâmides financeiras, conhecido desde a década de 1920 como “sistema Ponzi”. Para isso, o esquema se desenvolvia em cinco etapas:

  • Oferta enganosa: promessa de retornos altos, rápidos e garantidos;

  • Aporte inicial: exigência de investimento para ingressar no sistema;

  • Pagamento inicial: entrega de lucros rápidos para dar credibilidade e incentivar novos aportes;

  • Recrutamento: expansão da rede por meio de bônus para quem indicava novos participantes;

  • Colapso: queda na entrada de dinheiro e desaparecimento dos organizadores com os valores.

Além disso, os golpistas utilizavam diversas contas bancárias para receber e movimentar o dinheiro das vítimas. Todas pertenciam a pessoas jurídicas criadas apenas para dar aparência de legalidade e dificultar a investigação. Diante disso, o delegado enviou ao Judiciário o pedido de bloqueio imediato das contas identificadas.

Golpe ultrapassa Goiás e pode virar caso federal

A atuação da R-West não ficou restrita a Catalão. Conforme o delegado, as investigações já encontraram indícios de escritórios e colaboradores em Minas Gerais, São Paulo, Roraima e outras regiões, ganhando dimensão nacional.

Como a empresa não possui registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e operava de forma irregular no mercado financeiro, o caso deve seguir para a Polícia Federal, responsável por investigar crimes contra o sistema financeiro nacional.

Número de vítimas e prejuízos crescentes

Até o momento, mais de 130 pessoas registraram denúncias em Catalão, mas esse número deve aumentar, já que novos relatos chegam a cada dia. Os valores investidos variam de R$ 200 a R$ 120 mil.

Embora a polícia tenha pedido o bloqueio das contas, o delegado explica que é difícil garantir o ressarcimento. Isso porque, assim que o golpe veio à tona, os organizadores provavelmente transferiram os valores restantes para outras contas, deixando os saldos praticamente zerados.

Representantes locais podem responder pelo crime

Os responsáveis pelo escritório da empresa em Catalão afirmam que também foram vítimas. No entanto, a Polícia Civil avalia que eles assumiram o risco ao contribuir com o funcionamento do esquema. Por esse motivo, podem responder por dolo eventual, já que não checaram informações básicas, como CNPJ válido e registro na CVM.

Mesmo assim, as investigações apontam que esses representantes não fazem parte do núcleo central da organização criminosa.

“Golpe do retorno” tenta enganar novamente as vítimas

A Polícia Civil identificou uma segunda tentativa de golpe após o colapso da pirâmide. Golpistas começaram a criar grupos de WhatsApp para persuadir vítimas a enviar mais dinheiro, prometendo liberar valores supostamente bloqueados no sistema.

O delegado reforçou o alerta:

“Em hipótese nenhuma enviem mais dinheiro. Esse tipo de golpe existe há mais de um século e continuará existindo.”

A orientação oficial é que as vítimas façam o registro na delegacia e não repassem nenhum valor adicional.

Próximos passos da investigação

A Polícia Civil continua identificando novos envolvidos, rastreando movimentações financeiras e articulando informações com outros estados e órgãos federais. O objetivo é responsabilizar os organizadores e tentar reduzir os prejuízos da população.

No fim, o alerta do delegado é direto: desconfie de promessas de lucro rápido e muito acima do mercado e sempre verifique a idoneidade da empresa antes de investir seu dinheiro.

 

Assista a entrevista em vídeo no perfil do Blog do Badiinho no Instagram:

Maria Eduarda Furtado
Maria Eduarda Furtado
Graduanda em Letras Português/Inglês pela UFCAT, editora e redatora da empresa Badiinho Publicidades e produtora de jornalismo da emissora de rádio Cultura 101.1 FM, em Catalão (GO).

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