O Corpo de Bombeiros de Catalão está em plena operação para combater os focos de incêndio durante o período de estiagem, que já ultrapassa 40 dias. O comandante do 10º Batalhão Bombeiro Militar, Major William Diniz, detalhou as estratégias adotadas na cidade e alertou sobre os riscos e penalidades relacionados às queimadas.
Segundo o Major, o estado de Goiás já entrou na fase de resposta da Operação Cerrado Vivo, realizada em toda a unidade federativa para prevenção e combate aos incêndios florestais. Embora os números de 2025 sejam mais baixos do que os registrados no mesmo período do ano passado — com cerca de 1.002 ocorrências até o final de maio, contra quase 2 mil em 2024 — o Corpo de Bombeiros reforça que a situação ainda exige atenção.
“Mesmo com uma redução nos atendimentos, seguimos dentro da média histórica e precisamos continuar vigilantes”, alertou o comandante.
Monitoramento com drones e operação “Fumaça Zero”

Catalão se destaca por sua ação estratégica e uso da tecnologia no enfrentamento das queimadas. Dessa forma, drones estão sendo utilizados diariamente para monitorar pontos críticos como o Morrinho do São João, Mata do Setor Universitário e a região do Pasto do Pedrinho. Esses locais recebem atenção especial devido ao histórico de incêndios.
“Ao identificar um foco de fumaça, mesmo sem acionamento via 193, uma equipe já é enviada ao local para um ataque rápido. Isso tem feito a diferença na redução da área queimada”, explicou o Major William, destacando a eficácia da chamada “operação de golpe único”.
Parcerias e ações preventivas
Ademais, a atuação do Corpo de Bombeiros conta com o apoio da Prefeitura de Catalão, especialmente por meio da Secretaria do Meio Ambiente, que viabilizou a construção de aceiros em áreas de reserva ambiental, como o Parque Paquetá e a Mata do Setor Universitário.
Além disso, uma importante ação está prevista para esta sexta-feira (13), com a realização de um aceiro negro na estrada para a Mumbuca, dentro da Política Nacional do Manejo Integrado do Fogo.
Produção de abafadores e educação ambiental
Uma parceria com a unidade prisional de Catalão e empresas locais está viabilizando a produção de mais de mil abafadores, ferramentas essenciais no combate ao fogo. Assim, os equipamentos serão distribuídos a produtores rurais, considerados aliados estratégicos da corporação.
O trabalho de prevenção também chega às escolas. Uma campanha voltada a crianças de 9 a 11 anos está sendo desenvolvida com apoio da empresa CMOC, que fornece cartilhas e gibis educativos. Dessa maneira, a proposta é formar uma geração mais consciente sobre a preservação do meio ambiente.
Fogo é crime: população deve denunciar

Além disso, o comandante William Diniz reforça que o uso do fogo em períodos de seca é crime ambiental, mesmo sem intenção. Por isso, a responsabilização dos incendiários está sendo intensificada neste ano, com apoio do Ministério Público, Polícia Militar Ambiental, Polícia Civil e outras forças de segurança.
“Estamos de olho. Com drones e câmeras do CICC espalhadas pela cidade, conseguimos identificar focos e acionar rapidamente as equipes. Mas é fundamental que a comunidade denuncie”, enfatizou.
Queimadas afetam diretamente a qualidade do ar, provocam doenças respiratórias, prejudicam a fauna local e representam riscos de acidentes em rodovias.
Todos contra o fogo
A mensagem final do comandante é clara: “Segurança pública é dever do Estado, mas responsabilidade de todos”. Portanto, a população pode e deve colaborar, evitando o uso do fogo, cuidando dos terrenos baldios, denunciando crimes ambientais e apoiando os trabalhos do Corpo de Bombeiros.
Em caso de emergências, o telefone para contato é o 193.
Assista a entrevista com o Major William Diniz, comandante do 10º BBM Catalão:
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