Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Catalão; suspeitos teriam desviado salários e feito empréstimos consignados com cargos fictícios
A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia de Goiandira, cumpriu nesta segunda-feira (27) dois mandados de busca e apreensão domiciliar contra suspeitos de integrarem um esquema de funcionários fantasmas na Prefeitura Municipal de Goiandira. A ação faz parte da Operação Caça-Fantasmas, que investiga desvios de dinheiro público por meio da inclusão de pessoas inexistentes na folha de pagamento do município.
A investigação teve início há cerca de quatro meses, a partir de documentos apreendidos em uma operação anterior, que resultou na prisão do ex-chefe do setor de Recursos Humanos da prefeitura, em fevereiro deste ano. Segundo a Polícia Civil, esse servidor utilizava nomes fictícios para criar cargos fantasmas e repassar os salários a dois investigados com quem mantinha relacionamento pessoal.
Ambos os investigados têm 25 anos, são moradores de Catalão e não possuem antecedentes criminais. Um deles, bacharel em Direito, foi nomeado de forma fraudulenta como “Chefe do Conselho de Segurança” e teria recebido salário de maio de 2023 a setembro de 2024. O outro, técnico em enfermagem, figurava como “Chefe do Almoxarifado”, entre novembro de 2022 e novembro de 2024.
Durante as apurações, a Polícia Civil descobriu que os dois também realizaram empréstimos consignados em nome dos cargos falsos, obtendo mais de R$ 50 mil cada. Segundo o inquérito, os valores foram divididos entre os envolvidos no esquema.
A investigação apontou ainda que os empréstimos foram facilitados com o auxílio de um correspondente bancário de Catalão, preso anteriormente na Operação Torniquete, que já investigava fraudes em contratos de empréstimo consignado envolvendo servidores públicos municipais.
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Além dos desvios salariais e dos empréstimos, o ex-chefe do RH também é acusado de tentar ocultar bens pessoais em nome de um dos funcionários fantasmas, com o objetivo de protegê-los de bloqueios judiciais. A tentativa, no entanto, foi identificada pela equipe de investigação.
Na operação desta segunda-feira, celulares foram apreendidos e serão periciados para aprofundar as investigações e identificar possíveis novos envolvidos.
Os suspeitos deverão responder pelos crimes de:
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Peculato (2 a 12 anos de prisão),
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Falsidade ideológica (1 a 5 anos),
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Uso de documento falso (1 a 5 anos),
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Associação criminosa (1 a 3 anos),
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e Lavagem de dinheiro (3 a 10 anos).
A Polícia Civil reforçou seu compromisso com o combate à corrupção e afirmou que seguirá apurando todos os danos causados aos cofres da Prefeitura de Goiandira.






