A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (25), a suspensão dos decretos do governo federal que aumentavam as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A proposta recebeu 383 votos favoráveis e 98 contrários. No mesmo dia, o Senado também aprovou o texto, que agora será promulgado.

Com a decisão, foram anulados os efeitos dos decretos 12.466/25, 12.467/25 e 12.499/25, este último editado no mês passado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com o governo, os aumentos visavam arrecadar R$ 61 bilhões entre 2025 e 2026, o que ajudaria a cumprir a meta fiscal do próximo ano.

No entanto, a reação do Congresso e de representantes do setor produtivo levou o Executivo a recuar parcialmente. Ainda assim, a maioria dos parlamentares entendeu que as mudanças não foram suficientes e optou por sustar os efeitos dos decretos.

Goianos se posicionam contra o aumento

Entre os 17 deputados federais de Goiás, 14 votaram a favor da revogação do aumento do IOF. São eles:

• Adriano do Baldy (PP)

• Célio Silveira (MDB)

• Daniel Agrobom (PL)

• Dr. Ismael Alexandrino (PSD)

• Dr. Zacharias Calil (União Brasil)

• Flávia Morais (PDT)

• Glaustin da Fokus (Podemos)

• Gustavo Gayer (PL)

• Jeferson Rodrigues (Republicanos)

• José Nelto (União Brasil)

• Lêda Borges (PSDB)

• Magda Mofatto (PRD)

• Marussa Boldrin (MDB)

• Professor Alcides (PL)

Por outro lado, apenas os petistas Adriana Accorsi e Rubens Otoni votaram contra o projeto. Em termos partidários, apenas o PT e a Federação Psol-Rede defenderam a manutenção das alíquotas elevadas.

Debate expôs divergências

O relator do projeto, deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), criticou a medida do governo federal. Segundo ele, os decretos tinham como único objetivo aumentar a arrecadação. Além disso, destacou que o impacto seria sentido imediatamente nas operações de seguros, câmbio, crédito e investimentos financeiros.

Enquanto isso, o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), alertou que a derrubada dos decretos poderá gerar um contingenciamento de R$ 12 bilhões no orçamento de 2025. Conforme explicou, isso pode levar a cortes em programas sociais, saúde e educação.

Pressão política forçou recuo

A mobilização de parlamentares e do setor empresarial obrigou o governo a rever a estratégia. Assim, no dia 11 de junho, o Planalto editou a Medida Provisória 1303/25 e publicou um novo decreto, reduzindo parte dos aumentos. Mesmo com esse recuo, a estimativa de arrecadação permanece em torno de R$ 30 bilhões.

Apesar do ajuste, muitos deputados consideraram que o recuo não resolvia o problema. O autor da proposta, deputado Zucco (PL-RS), argumentou que o país não precisa aumentar impostos, mas sim melhorar a gestão. “Portanto, a solução não está em elevar a carga tributária, e sim em cortar gastos e propor reformas estruturantes”, afirmou.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) informou nesta quarta-feira (25) que não poderá arcar com os custos de translado do corpo de Juliana Marins, a jovem brasileira encontrada morta no vulcão Monte Rinjani, na Indonésia.

Segundo o órgão, o transporte dos restos mortais é de responsabilidade da família e não pode ser financiado com recursos públicos, conforme estabelece o § 1º do artigo 257 do Decreto 9.199/2017.

Juliana Marins: mochilão, acidente e morte trágica

Juliana Marins, de 24 anos, morava em Niterói (RJ) e estava em uma viagem pela Ásia desde fevereiro, passando por países como Filipinas, Tailândia e Vietnã. Formada em publicidade pela UFRJ, ela também atuava como dançarina de pole dance.

Na última sexta-feira (20), durante uma trilha com uma amiga no vulcão Rinjani, Juliana sofreu uma queda de aproximadamente 300 metros. Em um vídeo gravado pouco antes do acidente, ela e a amiga comentaram que a vista do local “valia a pena”.

Buscas duraram quatro dias

Inicialmente, Juliana ainda conseguia mexer os braços após a queda. Cerca de três horas depois, turistas a encontraram à distância, registraram imagens e enviaram à família a localização exata.

A partir daí, começou uma longa espera por socorro. Segundo os familiares, a jovem permaneceu desacordada e escorregando pela encosta durante quase quatro dias. Assim, durante as buscas, equipes a avistaram em diferentes pontos e chegaram a localizá-la por meio de um drone. No entanto, Juliana foi encontrada morta a cerca de 650 metros abaixo do ponto da queda inicial.

Família acusa negligência no resgate

Ademais, a família afirmou que Juliana foi vítima de negligência por parte da equipe de resgate local. Em publicação nas redes sociais, os parentes declararam:

“Se a equipe tivesse chegado até ela dentro do prazo estimado de 7 horas, Juliana ainda estaria viva. Agora vamos buscar justiça por ela. Não desistam de Juliana!”

O corpo de Juliana foi içado após 15 horas de operação, também nesta quarta-feira (25).

Solidariedade

Além disso, o jogador Alexandre Pato se ofereceu para custear o traslado do corpo da jovem ao Brasil. A TV Globo confirmou a informação da oferta, mas ainda não se sabe se a família da jovem aceitou a ajuda.