14 de setembro de 2018

Operação Negociata investiga crimes em licitações e em alterações do Plano Diretor de Caldas Novas

Promotores do Gaeco e superintendente da PRF concederam entrevista. (Foto: João Sérgio – Assessoria de Comunicação do MP-GO).

Membros do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Goiás (MP-GO), e o superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) inspetor Álvaro de Resende Filho concederam entrevista coletiva à imprensa nesta sexta-feira (14/9). Eles esclareceram quais são as principais práticas criminosas investigadas dentro da Operação Negociata, que resultou na prisão do prefeito de Caldas Novas, Evandro Magal, e de outros oito investigados.

Participaram da coletiva o coordenador do Gaeco, Thiago Galindo, e os promotores Luís Guilherme Gimenes, Gabriella de Queiroz, Ramiro Carpenedo e Fernando Cesconeto. A Operação Negociata foi realizada pelo Gaeco e pelo Centro de Inteligência do MP-GO com o apoio do e das polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal e do Gaeco do MP-MG.

“Temos indícios de recebimento de vantagens por integrantes do Executivo em trocas de atos como, por exemplo, alteração do Plano Diretor da cidade para beneficiar um determinado empreendimento”, afirmou Gimenes. Ele explicou que as investigações remetem a atos e contratos firmados há pelo menos três anos, a partir de 2015, mas que pode haver um período ainda maior de práticas delituosas.

Segundo Galindo, uma das formas de se obter vantagens indevidas era fraudar contratos. “Em resumo, a investigação foca em um grupo que comandava o Executivo, que direcionava algumas licitações para determinadas empresas”, afirmou. Ele ainda contou que quando uma empresa que não fazia parte do esquema entrava no pregão o edital era cancelado.

Gabriella de Queiroz explicou que em muitos casos o serviços contratados não chegavam a ser realizados. “Mesmo recentes, muitos desses contratos que já se esvaíram: o objeto em tese já teria sido cumprido e as empresas já receberam. Agora haverá a análise do material dos contratos que foram apreendidos para calcularmos o montante desviado dos cofres público”, afirmou a promotora.


Operação
 

Prefeito Evendro Magal (PSDB) deixando o Instituto Médico Legal (IML) após exame de corpo de delito para ser levado ao presídio de Aparecida de Goiânia onde permanece preso. (Foto: André Costa – O Popular). 

Ao todo, foram cumpridos 32 mandados de busca e apreensão e 9 mandados de prisão nesta quinta-feira (13/9). Oito foram presos pela manhã e um dos investigados se entregou à tarde. Em Caldas Novas foram cinco prisões realizadas; três em Goiânia e uma em Santa Vitória/MG. As buscas e apreensões foram realizadas em Goiânia, Caldas Novas, Morrinhos, Itumbiara, Aruanã, Aparecida de Goiânia.

Dentre os objetos encontrados nas buscas estão um revólver calibre 38, aproximadamente U$ 120 mil em espécie, moeda nacional em espécie, cheques e documentos. Os investigados foram encaminhados ao IML, onde passarão por exames e, posteriormente, encaminhados ao Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.

A investigação apura fraudes em licitação, pagamentos de propina e lavagem de dinheiro envolvendo o Poder Executivo de Caldas Novas e alguns empresários, que se beneficiavam com a atuação ilícita dos agentes públicos. 


Escrito por: Redação/Texto: Leandro Coutinho – Assessoria de Comunicação do MP-GO)