8 de maio de 2018

Não pretendo ser candidato a presidente, diz Joaquim Barbosa

Anúncio de desistência de candidatura foi feita em conta pessoal no Twitter do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, na manhã desta terça-feira (08). (Foto: Reprodução). 

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, filiado ao PSB, informou, por meio de sua conta pessoal no Twitter, na manhã desta terça-feira (08), que não será candidato à Presidência da República.

O ex-ministro nunca disputou uma eleição, mas ganhou notoriedade após o julgamento do mensalão no STF, em 2012. Na última pesquisa Datafolha, divulgada em 15 de abril, Barbosa oscilava entre 9% e 10% das intenções de votos nos cenários em que era citado, variando entre a terceira e a quarta posição. 

Com Lula candidato, Barbosa tinha 8% do total das intenções. Sem o petista, que está preso na sede da Polícia Federal (PF), em Curitiba (PR), o ex-ministro alcançava 10% do total das intenções em um dos cenários testados. 

O anúncio feito por Barbosa acontece menos de um mês após a primeira reunião pública do ex-ministro do STF com lideranças no PSB. Na ocasião, ele comemorou o resultado das pesquisas, mas disse que ainda não estava convencido se deveria concorrer. Ele se filiou ao PSB no dia 7 de abril. 

Mesmo com a indefinição, o PSB começou a montar uma estrutura de campanha e a procurar partidos para compor a chapa presidencial. 

Carlos Siqueira, presidente do partido, afirmou que a desistência não ocorreu por resistências encontradas dentro do próprio partido. “Infelizmente ele desistiu, mas posso assegurar que não foi por resistências. Desistiu do ponto de vista dele próprio”, disse em entrevista à Rádio Bandeirantes. 

“[Barbosa] tem sua família, seus afazeres, sua profissão que voltou a fazer como advogado. Precisamos tanto de uma figura como ele ou alguém parecido a ele”, disse o Siqueira. 

Segundo o presidente da sigla, o PSB não tem ainda um plano B. “Não queremos uma solução a mais dentro do convencional. O processo está muito pobre de candidaturas que representem o novo. Fizemos nosso esforço, o máximo que podemos. Agora, vamos ver os candidatos que estão [no cenário] ou um candidato próprio”, disse.

Em nota o PSB informou que Barbosa avisou Siqueira na manhã desta terça-feira. “Cabe destacar que a definição do ministro ocorre nos termos da pactuação realizada em sua filiação, no último dia 6 de abril, que possibilitava ao PSB não conceder legenda a Barbosa,  e que este, por sua vez, não assumia a obrigação de se candidatar”, diz o texto. 

“A reflexão de foro íntimo realizada pelo ministro fez com que a candidatura não seguisse à frente, decisão que o PSB compreende, especialmente, por que é personalíssima”. 

Repercussão entre os candidatos 

O pré-candidato à Presidência do PSDB, Geraldo Alckmin, classificou a decisão de Barbosa como “uma perda”. “Nós precisamos de novas lideranças, de maior participação. [Barbosa] É um homem preparado, com serviço prestado para o Brasil. Mas é uma decisão dele, nem sei se é definitiva. Mas, se não for desta forma, prestará serviço ao Brasil de outra maneira. Tenho total respeito”, declarou o tucano em evento com prefeitos em Niterói (RJ). 

No mesmo encontro, a pré-candidata Marina Silva (Rede) também lamentou a decisão do ex-ministro. “Sempre tive respeito pelo processo de discernimento e pelo debate interno que o PSB está fazendo. Essa é a melhor forma de contribuir”, afirmou. 

O presidente da Câmara e pré-candidato do DEM, Rodrigo Maia, disse que anúncio de Barbosa “era o esperado”. Ele comentou que “alguns ficaram ansiosos” com a possível candidatura do ex-ministro. Na opinião dele, as intenções de votos atribuídas ao jurista não têm destinatário certo. “Acho que uma parte não vai para ninguém e outra pulveriza”, disse.

 

 

Escrito por: Redação/Fonte: Notícias UOL

Foto: Reprodução