O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nesta quinta-feira (2) a compra emergencial de 150 mil ampolas de etanol farmacêutico. O produto será usado na produção de antídoto contra intoxicação por metanol.
Nesta semana, o ministério também já havia iniciado negociações para adquirir fomepizol, outro medicamento indicado no tratamento.
Casos confirmados e investigações
Até o momento, o Brasil registrou 11 casos confirmados de intoxicação, possivelmente ligados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Entre as vítimas está o rapper Hungria Hip Hop, internado em Brasília após ingerir vodka e apresentar sintomas compatíveis. Outros 48 casos permanecem em investigação.
Padilha explicou que o objetivo é reforçar o tratamento em estados e municípios. Segundo ele, já há um estoque de 4,3 mil ampolas de etanol em hospitais universitários e unidades do SUS.
Busca internacional por fomepizol
O governo acionou a Anvisa, que entrou em contato com agências reguladoras e produtores internacionais para agilizar a compra do fomepizol. “Estamos mobilizando as dez maiores agências do mundo para que indiquem fabricantes disponíveis”, afirmou o ministro.
Além disso, o Brasil solicitou à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) a doação de 100 unidades do medicamento e manifestou interesse em adquirir outras 1.000 doses via Fundo Estratégico da entidade.
Padilha ressaltou que a medida é preventiva: “Nos últimos anos não passamos de 20 casos anuais, mas já observamos aumento no estado de São Paulo”.
Mortes confirmadas e suspeitas
O Ministério da Saúde confirmou uma morte em São Paulo. Outras sete mortes estão sob investigação, sendo cinco no estado paulista (três na capital e duas em São Bernardo do Campo) e duas em Pernambuco.
Orientação contra consumo de destilados
Em Goiás, não há casos confirmados ou suspeitos. Mesmo assim, o governo estadual montou uma força-tarefa para fiscalizar distribuidoras e verificar a origem dos produtos.
O secretário de Saúde, Rasível dos Santos, reforçou a mesma recomendação do ministro: evitar o consumo de bebidas alcoólicas, principalmente destiladas, até que as investigações avancem.

