O desespero de Adib Elias e seus asseclas para tentar impedir no tapetão a posse de Jardel Sebba (PSDB) como prefeito de Catalão pode ser parcialmente explicado pelo pavor que o grupo tem de que sejam descobertas as relações nada republicanas entre o PMDB de Catalão e a Delta – a construtora que era o braço empresarial de Carlos Augusto Ramos, o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Pois bem, a romaria de Adib no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi inócua. Jardel Sebba é prefeito de Catalão e a coluna Giro, do jornal O Popular publicou no último domingo, 13, que Jardel já estaria investigando os contratos milionários e obscuros com a empreiteira que protagonizou um dos maiores escândalos da república.
Na gestão do PMDB, a Delta, era responsável pela coleta de lixo de Catalão. A empresa também conquistou um contrato de mais de R$ 25 milhões para ampliar a rede de esgoto do município. A Revista Época publicou uma reportagem, no ano passado, mostrando diálogos gravados pela Polícia Federal entre Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta no Centro Oeste, e Cachoeira, em que ambos comemoravam descaradamente, sete meses antes da assinatura do contrato, o fato de que a controversa construtora venceria o certame.
Um sinal claro de que a licitação foi de cartas marcadas e beneficiou a construtora parceira do PMDB catalano. A CPI da Delta, instalada na Assembleia Legislativa, tentou investigar esses contratos suspeitos. Estranhamente, as prefeituras de Catalão e Goiânia, sob o comando do PMDB e PT, respectivamente, entraram na Justiça para impedir as investigações e também para reverter a quebra de sigilos de Adib Elias, Velomar Rios (então prefeito de Catalão), Iris Rezende (ex-prefeito de Goiânia) e Paulo Garcia (chefe do Executivo da capital). Contrariando a lógica de que “quem não deve não teme”.
Agora, Jardel já decretou que quer tudo em pratos limpos. Toda a sociedade irá saber porque Cláudio Abreu era recebido como chefe de Estado na prefeitura de Catalão e até mesmo atuava como arrecadador de campanha para a turma de Adib.