Hidrogel: Polícia deve ouvir falsa biomédica e outras testemunhas nesta semana

Escrito por: Portal G1

Suposta médica, que também teria feito aplicações, deve depor em Goiânia. Inquérito investiga procedimentos para aumento de bumbum feitos em Goiás.

A Polícia Civil colhe nesta semana novos depoimentos no inquérito que investiga irregularidades em aplicações para aumento de bumbum, em Goiás. A investigação começou em razão da morte da ajudante de leilão Maria José Brandão, 39 anos, após passar por um procedimento com a falsa biomédica Raquel Policena Rosa, 27. A mulher, que está presa em Goiânia, voltará a ser ouvida pela polícia nesta segunda-feira (17), às 9h.

De acordo com a Polícia Civil, o depoimento da suspeita será colhido no 14º Distrito Policial, na Vila Pedroso, onde ela está detida. Além de Raquel, deve prestar esclarecimentos à polícia a suposta médica Thaís Maia que, segundo clientes ouvidas no inquérito, viajava do Rio de Janeiro para Goiânia para realizar as aplicações junto com a falsa biomédica.Segundo a polícia, o depoimento dela está agendado às 13h no 17º Distrito Policial, no Setor Parque das Laranjeiras.

Até esta segunda-feira a polícia já identificou 30 vítimas, incluindo Maria José. Destas, 12 já prestaram depoimento formal e as demais deverão ser ouvidas ainda nesta semana. A delegada Myrian Vidal, que conduz o inquérito, não soube especificar a data do depoimento de cada testemunha.

Prisão

Raquel foi presa na noite de quinta-feira (13), em Catalão, onde mora. Depois de passar por exame de corpo delito no IML da cidade, ela foi encaminhada para Goiânia e permanece em uma cela do 14º Distrito Policial. A delegada explicou que pediu a prisão preventiva dela “para manter a ordem pública”.

“Ouvimos relatos de clientes que disseram que a Raquel prometeu que faria os retoques necessários assim que a ‘poeira baixasse’. Por isso, como forma de proteger a sociedade, pedimos a prisão”, disse.

Um dos advogados que representa Raquel, Tadeu Bastos, disse ao G1 que será pedido o habeas corpus. “Estamos analisando a questão da prisão e deveremos pedir o relaxamento da prisão, no máximo, até quarta-feira [19]. De qualquer forma, não acreditamos que a Raquel voltaria a fazer aplicações, pois ela esta muito preocupada com a situação que vem enfrentando”, disse.

Indiciamentos

A delegada explicou que, até o momento, quatro pessoas deverão ser indiciadas no inquérito. Além de Raquel, seu namorado, Fábio Justiniano Ribeiro, 33 anos, também deverá responder por exercício ilegal da profissão, homicídio doloso (com intenção), pela morte de Maria José, venda e uso de produto irregular e sem procedência e lesão corporal.

“Não temos dúvidas da atuação do Fábio no caso da Maria José. Mas existem fotos que comprovam que ele estava presente durante outros procedimentos. Por isso, ele também será responsabilizado”, afirma Myrian Vidal.

Além dos dois, também serão indiciadas a fisioterapeuta Joyce Flausino, que sublocava uma sala em uma clinica no Setor Marista para Raquel, e Thaís Maia, que se apresentava como médica.

“No caso delas só não entra o homicídio, mas responderão também pelos outros três crimes. A Joyce sabia de todo o procedimento e indicava para as clientes. Já a Thaís, que dizia ser médica, atuava há mais de 10 anos em Goiânia, no Rio de Janeiro e Distrito Federal. Ela começou o trabalho com a Raquel, mas depois de um desentendimento elas passaram a atuar de forma independente”.