17 de abril de 2015

Furos marcam primeiro dia do pedágio na BR-050

Escrito por: Karina Ribeiro – Jornal O Popular

image

Nelci paga tarifa sem reclamar: “Sei que terei apoio na estrada” (Foto: Reprodução/J. O Popular)

No primeiro dia de operação da praça de pedágio da BR-050, entre os municípios de Campos Alegre de Goiás e Catalão, pelo menos quatro veículos passaram pela praça de pedágio da BR-050 sem pagar a tarifa. A infração grave, por evasão de pedágio, pode gerar multa de R$ 127 e perda de cinco pontos na carteira.

Segundo informações dos funcionários da praça, os condutores alegaram que desconheciam o início da operação e não tinham dinheiro para pagar a tarifa de pedágio. O pagamento deve ser feito em espécie ou contratando serviços das empresas Sem Parar e Conect Car (para utilizar as cabines automáticas). Os valores das taxas variam de R$ 2,60 a R$ 31,20, dependendo do tipo de veículo.

Mas quem não quiser receber as multas via Correios são orientados a deslocar a outro ponto de pedágio administrado pela concessionária e quitar o débito num prazo de até seis horas. São outras quatro praças de pedágios em operação somente na BR-050 – Araguari 1 (km13), Uberlândia (104 km), Campo Alegre (226 km) e Delta (198 km). Em breve, vão contar também com a praça de Ipameri, instalada no km 143, cuja estimativa é para começar operar no fim deste mês.

De acordo com a assessoria de imprensa da MGO Rodovias, empresa responsável por administrar e tocar as obras na BR-050, nestes casos, são registrados todos os dados destes veículos, além da filmagem das características (eixos) e número de placa. A assessoria ressalta que, dez dias antes de começar a operar cada uma das praças, foram entregues panfletos para os condutores que passaram pelo local, além de investimento em mídia para não pegar o motorista inadvertidamente.

Em um dos casos, o caminhoneiro Fábio Evangelista, que fazia o trajeto de Catalão (GO) a Unaí (MG), tinha o cartão de débito como único recurso de pagamento. “Mas já paguei pedágio em outros lugares com esse cartão?”, argumentou. Sem saída, o caminhoneiro foi orientado a sacar o dinheiro em algum caixa eletrônico em uma cidade próxima e quitar o débito nas próximas seis horas. Vale lembrar que este tipo de condutor não consegue passar por outra praça desde que esteja com o débito pendente.

Segundo a superintendente de arrecadação da praça de Campo Alegre de Goiás, Aline Andrade, o erro mais comum, sobretudo nos primeiros dias de funcionamento, são condutores utilizarem o guichê de atendimento automático, mesmo sem o dispositivo TAG – afixado no para-brisa do veículo que libera a passagem automaticamente. Nestes casos, os veículos são encaminhados para o acostamento da rodovia, onde é feito o pagamento da tarifa.

Por isso, conforme ressalta a concessionária, a velocidade máxima nestas cancelas é de 40 quilômetros por hora e o veículo deve manter uma distância de 30 metros do que está à frente para evitar acidentes. A cautela impede também que condutores tenham que realizar manobras de retorno, caso haja algum incidente.

Usuários

A comerciante Nelci dos Santos, conta que viaja pelo menos três por ano de Brasília (DF) para Uberlândia (MG) e não reclama de pagar a tarifa de pedágio (R$ 5,20). Para ela, o conforto é revertido em melhores condições da estrada e sensação de segurança. “Viajo sozinha, inclusive, outro dia esqueci de abastecer mas fiquei tranquila porque saberia que teria apoio”, explica.

O caminhoneiro Fabiano Figueiredo não acha justo o pagamento de pedágio para que as estradas permaneçam em boas condições de tráfego. Ele ressalta que os impostos arrecadados pelo governo federal são suficientes manter a infraestrutura. “Indiretamente é o caminhoneiro quem paga, já que a empresa desconta do frete. É caro”, diz. Com o caminhão de oito eixos, desembolsou R$ 31,20.

Já o caminhoneiro Dalvino da Costa Nunes aprova as mudanças. “Por um lado é bom, as estradas estão melhores, eles prestam socorro e não estraga tanto os veículos”,diz. Mas lembra que a presidente precisa sancionar a lei que permite a não cobrança por eixos suspensos.