Governador de Goiás destacou avanços em segurança, educação, sustentabilidade e criticou condução da política externa
O governador Ronaldo Caiado (UB) foi um dos convidados do evento “Diálogos – O Globo 100 anos”, realizado na última sexta-feira (1º/8), no Rio de Janeiro. O encontro, promovido pelo jornal O Globo como parte das comemorações de seu centenário, reuniu lideranças de diferentes espectros políticos para discutir o futuro do Brasil com foco em resultados, diálogo e civilidade. O debate foi mediado pela jornalista Vera Magalhães e também contou com a presença do prefeito do Recife, João Campos (PSB).
Durante o painel, Caiado defendeu a importância da autoridade moral para liderar o país. Além disso, fez duras críticas à condução da política externa, especialmente diante da recente crise comercial com os Estados Unidos. “Foi com autoridade e responsabilidade que reconstruímos Goiás. É isso que falta hoje ao Brasil”, declarou.
Reconhecimento de adversários
Apesar de estarem em campos políticos opostos, João Campos elogiou a gestão de Caiado. Segundo ele, “mesmo com visões diferentes, reconheço que o governador tem apresentado resultados importantes. Isso permite um debate produtivo”. Assim, o evento mostrou que é possível discordar e, ao mesmo tempo, reconhecer méritos.
Segurança pública: Goiás fora do domínio de facções
Um dos temas centrais da fala de Caiado foi a segurança pública. Ele lembrou que, ao assumir o governo, cidades do Entorno de Brasília eram dominadas por facções criminosas como PCC e Comando Vermelho. Hoje, segundo ele, é possível circular com tranquilidade em qualquer horário. “Retomamos o controle do Estado e fizemos de Goiás o mais seguro do país”, afirmou.
Na última semana, o governador apresentou dados que reforçam essa conquista. Entre 2018 e 2025, os homicídios dolosos caíram 62%, os latrocínios 95% e os roubos tiveram redução superior a 90%. Com isso, 145 municípios goianos não registraram nenhum homicídio no primeiro semestre deste ano.
Sustentabilidade no campo com incentivo real
No setor agropecuário, Caiado ressaltou que Goiás alia produção e preservação ambiental. Por outro lado, criticou pressões internacionais e exaltou o Código Florestal brasileiro. “Enquanto países europeus destruíram suas florestas, nós preservamos nossos biomas e ainda produzimos com responsabilidade”, disse.
Além disso, ele destacou que Goiás é o único estado que remunera produtores por preservar a vegetação nativa. “Pagamos até R$ 680 por hectare para quem protege suas nascentes e florestas. Essa é uma política ambiental séria, com incentivo e resultado concreto”, afirmou.
O estado também lidera iniciativas sustentáveis, como o uso de biometano, o pó de rocha na agricultura e a exploração de terras raras pesadas. Dessa forma, Goiás demonstra que é possível conciliar desenvolvimento e preservação.
Críticas ao tarifaço e apoio ao setor produtivo
Outro ponto abordado foi a imposição de tarifas dos EUA contra produtos brasileiros. Caiado classificou a medida como injusta e motivada por interesses políticos. Para minimizar os impactos, o governo estadual criou um fundo creditício lastreado no ICMS, com previsão de captação na B3, em São Paulo.
“São mais de R$ 700 milhões em crédito, R$ 400 milhões em equalização de taxas e um fundo de estabilização com quase R$ 4 bilhões. Goiás está preparado para reagir porque fez o dever de casa”, garantiu. Além disso, ele se disse otimista quanto à reversão das tarifas, citando diálogos com a diplomacia americana.
Educação como base da transformação
Por fim, Caiado destacou os avanços na educação. Ele afirmou que eliminou indicações políticas e montou uma equipe técnica focada em resultados. Atualmente, Goiás lidera o Ideb do ensino médio e ocupa a segunda posição na alfabetização na idade certa.
Além disso, todos os alunos do nono ano ao terceiro do ensino médio recebem uniforme, alimentação de qualidade, material didático completo e um chromebook. “Investimos R$ 8,5 bilhões na reestruturação das escolas, que agora têm laboratórios de ciências, informática e até robótica”, disse.
Segundo o governador, essa política também reduziu a criminalidade juvenil. “Em 2019, havia 1.073 adolescentes no sistema socioeducativo. Hoje são 178. Isso é resultado da integração entre segurança e educação”, concluiu.

