9 de agosto de 2018

Escândalo: Policiais civis cobravam até R$ 30 mil para não efetuar prisões em Goiânia

O esquema de corrupção era integrado por policiais civis e advogados, informou o MP-GO. (Foto: Fábio Lima).

Investigações da Operação Arapuca, deflagrada na manhã desta quinta-feira (9), apontam que o grupo formado por policiais civis e advogados cobravam entre R$ 1 mil e 30 mil para não efetuar as prisões dos casos investigados no 4º Distrito Policial da capital. Segundo informações, os integrantes também impediam o prosseguimento das investigações.

A apuração apontou ainda que entre as vítimas estão investigados por tráfico de drogas, por venda de medicamentos sem receita e de diplomas falsos. Segundo informações levantadas pelo O Popular, um dos detidos atuava como falso policial civil, andaria nas viaturas do Distrito e também utilizava uma arma da equipe. De acordo com informações, ao abordar as vítimas, o grupo pedia dinheiro para não efetuar as prisões e ameaçava chamar a imprensa. 

A ação, que deve durar todo o dia, cumpre 11 mandados de prisão e 15 de busca e apreensão em Goiânia e Aparecida de Goiânia. A Justiça já decretou a prisão temporária de cinco dias dos investigados. No entanto, ainda não informada a quantidade de prisões já efetuadas.

A assessoria da Polícia Civil informou que irá se pronunciar sobre a operação apenas na coletiva marcada pelo Ministério Público para às 15 horas.

 

Entidades representativas acompanham policiais civis suspeitos de corrupção em Goiânia

Ação realizada nesta quinta-feira (9) investiga também a participação de advogados no esquema. (Foto: Fábio Lima).

Entidades representativas dos policiais civis de Goiás estão acompanhando atentamente o desenrolar da operação desencadeada nesta quinta-feira (9) pelo Grupo Especial de Controle Externo da Atividade Policial (GCEAP) e do Centro de Inteligência do Ministério Público estadual em parceria com a Polícia Civil. Estão sendo cumpridos 11 mandados de prisão e 15 de busca e apreensão em Goiânia e Aparecida de Goiânia. O alvo são policiais civis e advogados, acusados de praticar corrupção e extorsão.

Tanto o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol-GO), Paulo Sérgio Alves de Araújo, quanto o presidente da União Goiana dos Policiais Civis (Ugopoci), José Virgílio Dias de Souza não estão em Goiânia. Vice-presidente do Sinpol, Wânia Cristina Rodrigues de Araújo, disse ao POPULAR que a entidade foi surpreendida com a operação. “Um dos nossos diretores está acompanhando o depoimento dos policiais na Delegacia de Homicídios para onde foram levados. Nosso papel é garantir que seus direitos sejam preservados, não obstruir a Justiça”, disse Wânia.

Por telefone, José Virgílio, da Ugopoci, informou que advogados da entidade estão no MP para saber o que está acontecendo. “Vamos oferecer defesa aos nossos associados dentro daquilo que é legal. Não tínhamos conhecimento da operação, mas obviamente, quando o Judiciário decreta prisões, há fortes indícios de irregularidades. É ruim isso porque a maioria da corporação é dedicada e trabalha muito”.


‘Não sabíamos desse trabalho irregular’, diz titular do 4º DP de Goiânia sobre atuação de policiais

O delegado titular do 4º Distrito Policial de Goiânia, Eli José Oliveira, afirmou que não tinha conhecimento sobre as irregularidades cometidas pela equipe que nesta quinta-feira (9) são alvo da Operação Arapuca, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO). “Não sabíamos desse trabalho irregular e estamos envergonhados aqui na delegacia. Estou à frente do DP há 3 anos e já tinha visto esse falso policial aqui algumas vezes. Ele chegava no próprio carro, era amigo de um policial, mas não tínhamos ideia do que estavam fazendo”

Segundo informações levantadas pelo O Popular, um dos detidos atuava como falso policial civil, andaria nas viaturas do Distrito e também utilizava uma arma da equipe. A operação deflagrada nesta manhã apurou que os policiais extorquiam dinheiro de pessoas envolvidas em venda de medicamentos sem receita, drogas, diplomas falsos, entre outros crimes.

Escrito por: Redação/Fonte: Jornal O Popular 

Fotos: Reprodução