Estado já soma 173 ocorrências em 2025; quase um quarto foi registrado apenas em maio, antes mesmo das férias escolares
O número de casos envolvendo pipas na rede elétrica em Goiás disparou nos primeiros meses de 2025. Até o início de maio, já foram registradas 173 ocorrências. Somente neste mês, 42 registros foram contabilizados, o que representa quase 25% do total no ano. O aumento fora de época acende um alerta, especialmente porque a prática costuma se intensificar entre julho e agosto, durante as férias escolares e o período seco.
Diante desse cenário, a Equatorial Goiás intensificou suas ações de prevenção e orientação. “Estamos diante de uma antecipação preocupante. Em maio de 2024, foram 182 casos no total, e é provável que esse número seja superado nos próximos dias”, afirmou Vinicyus Lima, gerente do Centro de Operações Integradas da distribuidora.
Cidades com maior número de casos
Entre os municípios com maior número de registros estão:
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Goiânia: 28
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Aparecida de Goiânia: 24
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Águas Lindas de Goiás: 17
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Anápolis: 12
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Caldas Novas: 12
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Senador Canedo: 4
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Planaltina: 2
Nessas localidades, além da atuação das equipes técnicas, a companhia tem promovido campanhas educativas em parceria com escolas, lideranças comunitárias e instituições públicas.
Brincadeira perigosa
Embora soltar pipa seja uma atividade tradicional, fazê-la próximo à rede elétrica é extremamente perigoso. Linhas com cerol ou linha chilena — materiais cortantes e condutores de eletricidade — aumentam o risco de acidentes graves. Quando essas linhas tocam nos fios, podem causar curtos-circuitos, rompimento de cabos e até a queda de energia em bairros inteiros.
Além disso, se a pipa ficar presa, o brinquedo pode se transformar em um condutor de eletricidade, provocando choques, queimaduras e até mortes. Outro fator preocupante é o uso de rabiolas com materiais metálicos, que geram curtos e até explosões em transformadores.
“Pipas presas na rede causam interrupções que afetam hospitais, escolas, comércios e residências. É um problema que parece pequeno, mas tem impacto enorme”, alertou o gerente.
Medidas para evitar acidentes
Para minimizar os impactos, a Equatorial Goiás investe em tecnologia e infraestrutura. Um exemplo é o uso de espaçadores entre os cabos, que impedem o contato entre eles quando puxados por linhas presas. Segundo a distribuidora, essa é uma medida importante, principalmente em áreas onde a prática é mais comum.
Contudo, apenas os equipamentos não resolvem o problema. A conscientização da população é fundamental. “Os espaçadores são úteis, mas o comportamento seguro é o que realmente evita acidentes”, completou Vinicyus.
Além disso, a empresa monitora, 24 horas por dia, os pontos com maior número de incidentes, agilizando o atendimento em caso de falhas na rede.
Prática ilegal e perigosa
Vale destacar que o uso de cerol e linha chilena é proibido por lei. A infração pode resultar em apreensão do material, aplicação de multas e, em alguns casos, prisão. As linhas cortantes também oferecem riscos a motociclistas, ciclistas e pedestres.
“A intenção não é impedir a brincadeira, mas garantir que seja feita com segurança. Há locais apropriados para soltar pipa, longe da rede elétrica e com espaço aberto”, reforçou o gerente.
Dicas para soltar pipas com segurança
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Dê preferência a campos abertos, longe da rede elétrica;
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Nunca tente retirar a pipa dos fios, mesmo com varas;
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Evite materiais metálicos ou cortantes;
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Fique longe de postes e torres de energia;
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Mantenha crianças sempre supervisionadas por adultos;
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Cuidado com linhas em vias públicas — elas podem ser fatais para quem está de moto ou bicicleta.
Em caso de emergência
Se uma pipa estiver presa na rede elétrica:
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Isole a área e mantenha distância;
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Não toque em cabos nem tente resgatar a pipa;
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Acione imediatamente a Equatorial Goiás (0800 062 0196) e o Corpo de Bombeiros (193).
A população também pode usar o aplicativo Equatorial Energia ou acessar o site www.equatorialenergia.com.br para registrar ocorrências ou pedir orientações.