1 de dezembro de 2014

Depois de quase dois meses bombas são deslacradas para os ribeirinhos

Escrito por:  Badiinho Filho (Fonte da informação: TV Anhanguera)

 

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“Os ribeirinhos contabilizam os enormes prejuízos e tentam voltar a vida normal”

Depois de quase dois meses, as bombas usadas para puxar a água do Ribeirão Samambaia que irrigavam as lavoras em Catalão foram deslacradas pela Superintendência Municipal de Água e Esgoto (SAE). Agora, os ribeirinhos tentam voltar a vida normal.

Água está de volta, mas agora não há como recuperar as perdas. Para os produtores rurais que vivem as margens do Ribeirão Samambaia, as quase sete semanas sem água chamais serão esquecidas.

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Foto: Reprodução/TV Anhanguera

O senhor Celso perdeu a plantação inteira de milho, o qual também teve que vender cerca de 20 cabeças de gado, pois os animais estavam passando sede. Umas doentes que intoxicou por falta de água, eu sofri passado com água aqui pra esses gados”. Disse em entrevista ao Jornal do Campo, o produtor rural, Celso José de Mesquita.

Ao todo, quinze propriedades rurais foram afetadas pelo racionamento de água implantado no mês passado em Catalão. Técnicos da SAE lacraram as bombas usadas no sistema de irrigação de lavouras. Os equipamentos bombeavam água do Ribeirão Samambaia.

O objetivo principal era evitar a falta de água para a população e os agricultores acabaram ficando sem condições de produzir. “Eu perdi o adubo, perdi a semente, perdi tudo. ” Concluiu o produtor Celso José.

Com o início do período chuvoso, o nível do Samambaia já subiu um pouco e por isso as bombas estão sendo liberadas.

Os produtores estão tentando retornar as atividades. O senhor Célio planta hortaliças e até investiu em um novo sistema de irrigação para economizar água.

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Foto: Reprodução/TV Anhanguera

“A gente está sem recursos para continuarmos nas atividades, esse sistema que vocês estão vendo aqui que implantamos, é um sistema mais prático, economiza mais água, mais tempo só que eu instalei por que tinha compro a vários meses, então ele estava compro e pago, senão eu não teria condições de instalar no memento, devido à falta de recursos, pois estamos parados há dois meses. Disse ao repórter Gustavo Marinho da TV Anhanguera de Catalão, o produtor Célio Santana.

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Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Outro produtor disse já imaginar que poderia faltar água e, preferiu nem plantar. Mas mesmo assim, o produtor não escapou de prejuízos. “Deixando de plantar, você deixou de ter uma renda na sua propriedade e a propriedade sobrevive de renda. ” Disse Alan Kardec Alves, produtor rural.

Como os produtores ficaram praticamente dois meses sem poder irrigar as plantações, os prejuízos foram grandes, soma que chega próximo de R$. 1 milhão de reais. Para se resolver o problema, os ribeirinhos já estiveram reunidos com autoridades do município e apresentaram um relatório com tudo o que foi perdido. A expectativa dos produtores é receber o dinheiro até o fim deste ano. Mas caso isso não acontecer, alguns produtores irão passar por muitas dificuldades. Teve gente que ficou sem trabalhar por conta do racionamento e não tem mais capital nem para plantar.   

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Foto: Reprodução/TV Anhanguera

“A gente precisa definitivamente ser ressarcido para voltar a plantar, porque não tem como assim, deslacrar as bombas deslacrou, mas como você volta a plantar, se o que você plantou não foi colhido? Não vendeu não tem o dinheiro, ou seja, você investiu, mas não teve o retorno. ” Leobaldo Duarte, produtor rural as margens do Ribeirão Samambaia em entrevista à TV Anhanguera.  

Na semana passada, durante uma reunião entre os produtores rurais e o poder público municipal, ficou definido que cada uma das 17 famílias atingidas com a lacração das bombas, vai receber uma ajuda do poder público de R$. 5 mil reais. O valor é bem menor do que os ribeirinhos pediram, cerca de R$. 1 milhão de reais.

O projeto já foi aprovando pelo legislativo de Catalão, agora segue para sanção do prefeito, mas os ribeirinhos não sabem quando irão receber este dinheiro.