Catalão deu um passo importante rumo à implantação do seu primeiro crematório. A Funerária São Vicente de Paulo realizou, no último dia 20 de novembro, uma série de testes no Crematório e Cemitério São Paulo Apóstolo, que ficará ao lado da unidade já existente. A novidade atende a uma demanda crescente, já que a abertura de novos cemitérios enfrenta obstáculos legais e ambientais cada vez maiores.
Ideia surgiu após participação em feira do setor funerário
O presidente da funerária, Absalão Ramos da Cruz, explicou que o projeto nasceu depois de uma visita a uma feira do setor em Campinas (SP). Inicialmente, ele percebeu que muitas cidades já avançavam nessa direção. Além disso, a tecnologia apresentada no evento reforçou a necessidade de trazer o crematório para Catalão.
Segundo Absalão, a proposta ganhou aceitação imediata entre as lideranças internas, o que permitiu que o projeto seguisse rapidamente.
“Trouxe a ideia da feira, apresentei e todos apoiaram. Por isso estamos aqui hoje, realizando um teste essencial para a liberação final”, afirmou.
Testes seguem normas ambientais federais e municipais
Durante o feriado da Consciência Negra, equipes da Brucker, responsável pelo forno, e da Gtar, especializada em efluentes gasosos, conduziram as avaliações técnicas.
Para cumprir a legislação, o teste utiliza carne bovina, já que esse procedimento simula a cremação real sem descumprir normas sanitárias.
Além disso, técnicos coletaram amostras de ar para análise laboratorial. Dessa forma, os laudos poderão comprovar o atendimento às normas do CONAMA e às exigências ambientais do município.
De acordo com Eduardo Valeriano dos Santos, diretor técnico da Gtar, todo o processo precisa ser autorizado previamente.
“Enviamos os avisos aos órgãos ambientais e seguimos cada norma técnica. Posteriormente, comparamos os resultados em laboratório com a legislação vigente e emitimos o laudo de conformidade”, explicou.
Crematórios crescem no Brasil e se tornam alternativa sustentável
Eduardo também destacou que a cremação se tornou uma tendência mundial. Enquanto países como Estados Unidos, Japão e diversas nações europeias já utilizam o método como padrão, o Brasil começa a avançar nessa direção.
Além disso, a cremação reduz impactos ambientais, evita problemas como necrochorume e diminui a necessidade de grandes áreas para sepultamento.
“Hoje observamos uma mudança cultural. Por outro lado, também vemos que a cremação oferece mais segurança sanitária e mais praticidade às cidades”, afirmou o especialista.
Forno tem estrutura segura e montagem rápida
O técnico José Carlos Júnior, da Brunker — empresa que fabrica o forno — explicou que a montagem completa leva de 10 a 20 dias.
Segundo ele, o equipamento passa por etapas estruturais, refratárias e mecânicas, o que garante funcionamento seguro e estável.
“Todo o sistema é pensado para operar com segurança e praticidade. Por isso o processo é confiável e sem riscos”, ressaltou.
Previsão é que o crematório comece a funcionar no início de 2026
Presidente da Funerária São Vicente de Paulo, Absalão Ramos, demais colaboradores, e equipe de técnicos que realizavam o teste no forno do crematório. Foto: Badiinho Moisés
Com os testes concluídos, a equipe técnica iniciará a elaboração do relatório final. Em seguida, o documento será enviado ao órgão ambiental. Caso a avaliação seja positiva, o crematório poderá iniciar as atividades entre 30 e 60 dias.
Por fim, Absalão adiantou que haverá uma apresentação oficial à população.
“Assim que tivermos tudo aprovado, vamos inaugurar o crematório e mostrar o espaço para a comunidade”, afirmou.

