5 de setembro de 2019

COMBATE AO SUICÍDIO SERÁ DISCUTIDO HOJE EM PALESTRA NA ACIC/CDL; LEIA O ARTIGO DA PSICÓLOGA CRISTIANE NO BLOG DO BADIINHO

Cristiane Aparecida Rodrigues – Psicóloga Clínica/Especialista em Análise Transacional

Dia dez de setembro é o dia mundial da Prevenção ao Suicídio e todo o mês tem ações voltadas para o tema que visa maior compreensão acerca do atentado contra a própria vida.

É proposto a toda a sociedade dialogar sobre o que é suicídio e as formas de preveni-lo, aumentando a nossa compreensão acerca de um tema tão importante e que pode afetar qualquer pessoa a qualquer momento de sua vida.

Precisamos tomar cuidado para não generalizarmos esses dados, precisamos é de ter mais sensibilidade para ver o outro, entender a fala, nem sempre que se fala que quer morrer a pessoa se torna um suicida, devemos ver no todo, ver o comportamento do dia a dia.

A palavra Suicídio vem (do latim sui, “próprio”, e caedere, “matar”) é o ato intencional de matar a si mesmo (Dicionário On line). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada 3 segundos no mundo uma pessoa tenta suicídio e a cada 40 segundos uma pessoa se suicida.  Se comparar com a década de 90 com anos 2000 houve uma queda significativa nas tentativas de suicídio e suicídios, os dados permanecem estáveis, analisando que a população cresceu significativamente.

O suicídio está entre as três maiores causas de morte entre pessoas com idade de 15 a 35 anos. É o resultado de uma complexa interação entre fatores biológicos, a genética, o psicológico, o social, cultural e ambiental.

A pessoa que vê no suicídio a única forma de resolver seus problemas, naquele momento ela se encontra incapaz de encontrar soluções para seus problemas e não consegue formular estratégias para lidar com estressores cotidianos. Revelando um completo colapso dos mecanismos adaptativos e precisa urgentemente de auxílio especializado(PINHEIRO, SOBREIRA, s/d).

Dentre as causas do suicídio listamos os principais acometimentos tais como depressão (todas as formas), transtorno de personalidade (anti-social e borderline com traços de impulsividade, agressividade e frequentes alterações do humor), alcoolismo (e/ou abuso de substância em adolescentes), esquizofrenia, transtorno mental orgânico.

Cada tentativa de suicídio e suicídio tem um sério impacto em pelo menos outras seis pessoas, que pode ser psicológico, social e financeiro na família ou na comunidade e é imensurável.

Devemos ficar atentos tanto com a nossa mudança de comportamento e ou a mudança de comportamento das pessoas que fazem parte da nossa convivência.

É possível observar essas alterações, tais como: isolamento social, ideias de autopunição, verbalizações de conteúdo pessimista ou de desistência da vida, comportamentos de risco (uso abusivo de álcool, drogas, envolvimento em situações perigosas, tais como acidentes e ações violentas) podem sinalizar um pedido de ajuda.

Algo que também sinaliza para prestarmos atenção são pessoas que se queixam que seus problemas ou conflitos não tem solução e que a morte é a única opção de resolver esses problemas. Um possível suicida relata: “Eu preferiria estar morto”, “Eu não posso fazer nada”, “Eu não aguento mais”, “Eu sou um perdedor e um peso para os outros”, “Os outros vão ser mais felizes sem mim”. Porém não podemos generalizar.

Precisa-se desmistificar o tabu a cerca deste tema que afeta nossa sociedade, olhar para o suicídio como algo que acontece em qualquer classe social e pode afetar qualquer pessoa. Edwin Schneidman já dizia, “Preocupamo-nos com a destruição provocada pelos outros, mas evitamos falar sobre autodestruição”. Quando alguém nos relatar o desejo de atentar contra a própria vida precisamos:

  • Ouvir, mostrar empatia, e ficar calmo;

  • Ser afetuoso e dar apoio;

  • Leve a situação a sério e verifique o grau de risco;

  • Pergunte sobre tentativas anteriores;

  • Explore as outras saídas, além do suicídio;

  • Pergunte sobre o plano de suicídio;

  • Ganhe tempo – faça um contrato com a pessoa que é: (um compromisso verbal de pedir ajuda antes de atentar contra a própria vida com quem sente confiança e aguardar retorno);

  • Identifique outras formas de dar apoio emocional;

  • Remova os meios, se possível;

  • Tome atitudes, conte a outros, consiga ajuda;

  • Se o risco é grande, fique com a pessoa.

O que não devemos fazer:

  • Ignorar a situação;

  • Ficar chocado ou envergonhado e em pânico;

  • Falar que tudo vai ficar bem;

  • Desafiar a pessoa a continuar em frente;

  • Fazer o problema parecer trivial;

  • Dar falsas garantias;

  • Jurar segredo;

  • Deixar a pessoa sozinha.

Essas medidas, foram produzidas e estão disponíveis em um manual para profissionais de saúde na prevenção do suicídio organizado pela OMS em 2000 em Genebra. A prevenção do suicídio deve se basear na atenção primária, que é buscar nos autoconhecermos, identificar nossas emoções (raiva, tristeza, medo, alegria e amor) e como lidar com elas, olhar para os comportamentos que estão se repetindo sempre e que nos causa sofrimento, observar mudanças repentinas de humor, quanto mais consciência emocional, mais lidaremos melhor com problemas do dia a dia.

Quando estivermos com sentimentos de inadequação, tristeza constante, remoendo acontecimentos negativos, nada na vida anda fazendo sentido, raiva constante, explosões de raiva, sensação que tudo que faz está errado, que não é reconhecido pelo que faz ou é, choro frequente,  choro frequente e sem motivos aparentes, automutilação, desejo de não continuar a viver, deve-se buscar ajuda psicológica e ou psiquiátrica urgente, uma equipe multidisciplinar neste momento é de grande importância.

O primeiro passo é admitir para si próprio que precisa de ajuda, em seguida buscar ou pedir ajuda, iniciar tratamento e não o abandonar por mais difícil que seja, auxiliar-se na família e fazer uso correto das medicações prescritas pelo médico.

A medicação estabiliza os sintomas e a psicoterapia faz com que você entenda o que está te levando ao adoecimento e  a consequência positiva é aprender novas formar de resolver os conflitos que geram os sintomas.

Quando formos auxiliar uma pessoa com pensamento suicida devemos ser empáticos, amorosos e verdadeiros, evitar julgamentos ou comparações com outras histórias, cada um é único e tem seu modo particular de ver e experenciar os acontecimentos da vida.

Buscar junto a ela: O que faz sentido para a pessoa? O que ela gosta ou de quem ela gosta? Como ficariam as pessoas se ela morresse? É um passo importante para ancora lá no aqui e agora e evitar o suicídio, esses cuidados são de emergência e a pessoa deve ser avaliada psicologicamente com urgência.

Ampliar a consciência emocional é aprender a lidar com o que está sentindo e como resolver de forma assertiva, sair do impulso e refletir sobre seus atos.

Em casos graves e urgentes ligue para Centro de Valorização da Vida (CVV), número 188, que funciona 24 horas por dia e seu objetivo é estimular a valorização da vida prestando a sociedade serviço gratuito de apoio emocional, ou seja, estabelecem um diálogo com o outro de maneira compreensiva e de doação.

PALESTRA SOBRE O TEMA SERÁ REALIZADA HOJE EM CATALÃO 

Para discutir mais sobre este assunto tão sério, será realizada hoje, quinta-feira, 05 de setembro, no auditório da ACIC/CDL, uma palestra com a Psicóloga clínica, especialista em análise Transacional, Cristiane Aparecida Rodrigues, a partir das 19h30, com entrada franca.

Foto: Divulgação/Reprodução 

 

Escrito por: redação/Artigo escrito pela Psicóloga Cristiane Aparecida Rodrigues