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Com novos pluviômetros, Catalão e região passam a ter monitoramento de chuvas em tempo real

Cimehgo instala 180 novos pluviômetros e garante cobertura total de monitoramento de chuvas em Goiás. Foto: Divulgação/SEMAD

Catalão e região agora contam com cobertura total do sistema de alerta, que reforça a prevenção de enchentes e apoia pesquisas climáticas

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas (Cimehgo), iniciou a instalação de 180 novos pluviômetros automáticos em todo o estado. Com essa ampliação, os 246 municípios goianos passam a ser monitorados em tempo real, o que fortalece os alertas preventivos e reduz o risco de desastres naturais.

Durante entrevista à Rádio Cultura FM 101,1, o gerente do Cimehgo, André Amorim, destacou que a ação tem o apoio do governador Ronaldo Caiado, da primeira-dama Gracinha Caiado, do vice-governador Daniel Vilela e da secretária Andréa Vulcanes. Segundo ele, o projeto representa um avanço histórico para o estado, já que amplia a rede de monitoramento e melhora a capacidade de resposta diante de eventos climáticos extremos.

“Estamos monitorando os municípios a cada dez minutos, faça sol ou chuva. Essa rede permitirá alertar a população com antecedência, salvar vidas e reduzir prejuízos”, afirmou Amorim.

Catalão e região ganham cobertura total

Instalação do pluviômetro automático na cidade de Cumari. Foto: Reprodução

Os novos equipamentos já começaram a ser instalados em Catalão, Três Ranchos, Ouvidor, Goiandira e Anhanguera, municípios que frequentemente registram chuvas intensas. Assim, o sistema permitirá acompanhar o comportamento climático de forma contínua, incluindo períodos de estiagem.

“A estiagem prolongada tem atrasado o plantio em várias regiões. Com os dados coletados, poderemos compreender melhor esses períodos e planejar ações preventivas”, explicou o gerente.

Além disso, os equipamentos estão integrados aos programas Goiás Alerta e Goiás Solidário, que atuam em parceria com o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil. Dessa forma, as equipes poderão agir com rapidez tanto na prevenção quanto na reconstrução das áreas afetadas por temporais.

UFCAT utilizará dados para pesquisas científicas

Climatologista Rafael de Ávila e o gerente do Cimehgo, André Amorim, durante entrevista na Rádio Cultura FM, em Catalão. Foto: Badiinho Moisés

A iniciativa também fortalece a parceria entre o Cimehgo e a Universidade Federal de Catalão (UFCAT). O professor e climatologista Rafael de Ávila, coordenador do Laboratório de Climatologia da instituição, explicou que os novos pluviômetros permitirão o desenvolvimento de estudos detalhados sobre o clima regional.

“Esses dados vão subsidiar pesquisas de mestrado e doutorado. Saberemos quais cidades chovem mais, quais ficam mais tempo sem chuva e como o clima se comporta. É um marco científico e tecnológico para a nossa região”, destacou.

Além das pesquisas, o monitoramento em tempo real auxiliará na emissão de alertas locais e em decisões que envolvem o manejo de solo e água. A previsão é que, até o início de 2026, todas as informações estejam disponíveis na plataforma estadual de monitoramento climático.

Goiânia recebe reforço e gabinete de crise

Enquanto isso, a capital também se prepara para enfrentar o período chuvoso. Goiânia vai receber 25 pluviômetros automáticos instalados em pontos estratégicos. De acordo com Amorim, o crescimento desordenado da cidade e a impermeabilização do solo aumentaram os alagamentos.

“O problema não é a chuva, e sim a forma como crescemos. Locais que antes escoavam água foram asfaltados. Mesmo com 25 milímetros de chuva em uma hora, já há alagamentos”, observou.

Portanto, para reduzir os impactos, o governo e a prefeitura criaram um gabinete de crise com a participação da Defesa Civil e de outras secretarias. A população, por sua vez, deve evitar pontos críticos, como a Marginal Botafogo e a Avenida 87, durante as tempestades.

Cidades devem criar Defesas Civis

Por fim, Amorim reforçou a importância de todos os municípios goianos criarem suas Defesas Civis municipais. Ele lembrou que, sem essa estrutura, as prefeituras não conseguem solicitar recursos federais em casos de desastres naturais.

“A Defesa Civil municipal é quem formaliza os pedidos de ajuda. Sem ela, o município pode ficar sem acesso aos recursos para reconstrução”, alertou.

Além disso, ele explicou que o processo é simples: basta o prefeito editar um decreto e enviar para aprovação na Câmara. Depois disso, o Estado fornece treinamentos e acesso aos sistemas oficiais.

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