9 de dezembro de 2017

Caso Iasmim Martins de Catalão: quatro anos de um crime sem solução

“Iasmim Martins Souza Silva, que na época tinha 08 anos de idade, foi assassinada após ter sido violentada sexualmente “.

Quatro anos de um crime, cruel, bárbaro e acima de tudo covarde. Um crime que faz a gente pensar quando relembramos cada ano, o que levou uma pessoa, se é que se pode ser considerada como gente, que seduziu para a morte uma garota de 08 anos de idade, tamanha inocência, que morreu ao lado de sua boneca, no momento que foi estuprada e em seguida morta com requintes de crueldade.

Iasmim de Sousa Martins Sousa Silva, que hoje estaria com 12 anos de idade, estava desaparecida algumas horas, quando na manhã sombria do dia 09 de dezembro de 2013, trabalhadores da construção civil de uma residência no Jardim Paineiras, encontraram o corpo da garota Iasmim, bastante machucado e com sinais de violência sexual.

Na época, assim como está o tempo agora, chuvoso, a semana em Catalão foi bastante tumultuada desde a morte da garota Iasmim, com a presença de repórteres do Jornal O Popular, Diário da Manhã e equipes de TV da capital de Goiás, isso até a prisão de um suspeito, um homem de 38 anos de idade, um pedreiro, que passados cerca de um mês que havia sido detido, o exame de DNA confirmou que ele não havia envolvimento com o assassinato da garota Iasmim.

Diligências, novos exames, investigações, mas nada que chegasse até ao autor do crime. Quatro anos se passaram, e o que se tem é um caso parado no Poder Judiciário de Catalão, pois afinal, segundo a delegada responsável pelo caso, Dra. Alessandra Maria de Castro, tudo que foi possível e tudo o que chegou de informação na Polícia Civil foi checado, investigado.

Hoje, quem é o titular do inquérito é o Ministério Público de Catalão, que segundo a delegada que conduziu a investigações a época, pediu novas diligências, porém, não se chegou ao autor do crime.  

Leiam o depoimento que a delegada responsável pela Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher (DEAM), Dra. Alessandra Maria Castro, relatou ao Blog do Badiinho no final da manhã da última sexta-feira (08).

“Alessandra Maria. delegada da Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher (DEAM)”.

“A Polícia Civil fez todas as investigações necessárias, tudo que estava ao alcance da Polícia Civil, tudo que foi ventilado aqui, todas as notícias que recebemos, apuramos todas. Fizemos as investigações normais para o caso, ou seja, tudo que estava relacionado ao crime, fizemos tudo que podia ser feito, e não foi identificada a autoria. Vários exames de DNA foram feitos, o Instituo de Criminalística trabalhou de forma bem eficiente, porque normalmente exame de DNA é uma coisa mais demorada, mas o instituto fez estes exames com mais agilidade em razão da gravidade do crime. Então, após termos feito tudo o que era possível pela Polícia Civil e não ser identificado a autoria, a providência foi encaminharmos os autos ao Poder Judiciário, que encaminhou o caso ao Ministério Público, órgão que funciona como um fiscal e também seria titular da ação penal. O MP avaliou todo o inquérito, todo o procedimento feito pela a Polícia Civil e devolveu os autos para nós, pedindo a realização de mais algumas diligências, as quais foram feitas, todas elas compridas, e não se chegando a autoria. Nós devolvemos estes autos para o Judiciário, os quais irão permanecer lá até que algum fato novo surja, e partir desse novo fato, as investigações sejam retomadas, pois tudo que foi falado, mencionado na época e até durante algum tempo depois, todas essas situações foram checadas, verificadas e comprovadas que as não eram os autores do crime”, afirmou a delgada Alessandra Maria  ao Blog do Badiinho.

Quando indagada sobre se ainda existe algum suspeito, a delegada afirmou que todos os suspeitos apontados na época foram submetidos a exames de DNA, e ainda afirmou caso surja algum fato novo, alguma denúncia, será verificado pela Polícia Civil imediatamente, mas reafirmou por várias vezes que todas as investigações feitas, desconsiderando as denúncias, foram levantados alguns suspeitos, pessoas que estavam nas imediações, pessoas que tinham capacidades de cometer o crime, pessoas que tinham algum vínculo com o crime, e todas essas pessoas foram submetidas a exames, mas nenhuma delas foram apuradas como autor.

Alessandra Maria afirmou também que as provas não se deterioram, pois a prova do crime é a coleta do material genético que estão preservadas no Instituto de Criminalística, e qualquer pessoa que for apontado hoje como estuprador, apesar que para se provar um estupro, tem que se realizado um exame de DNA, principalmente em um caso como o da garota Iasmim, onde se teve um homicídio, situação considerado como grave.

“Local onde Iasmim foi sepultada no Cemitério Jardim São Pedro, foto tirada em 02 de novembro deste ano”.

Mesmo com quase meia década, a delegada afirmou que ainda existe como se provar quem cometeu o crime, pois o material genético coletado na vítima está preservado no Instituto de Criminalística, onde permanecerá preservado, e caso apareça um suspeito que tenha algum fundamento, a Polícia Civil fará as devidas investigações para concluir o caso.

“O caso fica em aberto até surgirem novas provas, o que pode acontecer daqui há 20 anos, o que permitirá o caso começar a correr novamente”, finalizou Alessandra Maria, delegada de Polícia Civil responsável pela Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher (DEAM), da 9ª Delegacia de Polícia Civil da cidade de Catalão.

 

Escrito por: Badiinho Filho

Fotos: Reprodução