10 de dezembro de 2014

Caso hidrogel: Exame aponta uso de silicone em uma vítima

Escrito por: Andréia Bahia – Jornal O popular 

Caso hidrogel
Delegada Myriam Vidal, titular do 17º Distrito Policial (DP) , disse que exame, uma ressonância, foi feito em um laboratório particular “bem conceituado” da capital (Foto/Sebastião Nogueira)

Uma das vítimas de Raquel Policena Rosa, de 27 anos, encaminhou ontem à delegada Myriam Vidal, titular do 17º Distrito Policial (DP), o resultado de um exame que aponta que o produto aplicado em seus glúteos é compatível com silicone.

Segundo a delegada, o exame, uma ressonância, foi feito em um laboratório particular “bem conceituado” da capital. O resultado mostra também que a região que recebeu a substância se apresenta com um “processo inflamatório”.

Como o exame não foi realizado no Instituto de Criminalística da Polícia Civil, a delegada pediu que a vítima solicite um parecer ao médico dela, que será anexado ao inquérito em andamento. “Pedi para o médico esclarecer em que a substância encontrada se assemelha ao silicone industrial”, afirmou a policial.

A vítima que fez o exame por iniciativa própria é estudante de biomedicina e tem 35 anos. Desde a morte da ajudante de leilão Maria José Medrado de Souza Brandão, de 39, ocorrida no dia 25 de outubro em razão de complicações após preenchimento de glúteos realizado por Raquel, ela vem fazendo tratamento com antibióticos e chegou a ficar internada por quatro dias.

A polícia investiga mais 35 casos de mulheres que teriam feito preenchimento de glúteos com Raquel Policena, que chegou a ficar presa por dez dias.

A delegada Myriam Vidal ainda aguarda os laudos periciais sobre a morte de Maria José para saber qual a substância foi aplicada na ajudante de leilão. A delegada trabalha com três alternativas: o silicone industrial, o Metracril e o hidrogel.

De acordo com a delegada, a empresa que distribui o hidrogel de poliamida Aqualift no Brasil – substância que Raquel diz ter aplicado em Maria José – encaminhou uma amostra do produto para que a polícia compare com o que foi aplicado nas mulheres em Goiânia.

O inquérito sobre o caso já foi concluído e remetido à Justiça. Duas pessoas foram indiciadas pela delegada, Raquel Policena Rosa e o namorado dela, Fábio Justiniano Ribeiro, de 33, por homicídio doloso, exercício ilegal da Medicina e venda e distribuição de produtos farmacêuticos adulterados ou sem procedência. A reportagem tentou falar com o advogado de Raquel Policena, Ricardo Naves, mas ele não atendeu as ligações.