26 de novembro de 2019

CAMINHONEIROS DO BRASIL ORGANIZAM NOVA GREVE A PARTIR DO DIA 15 DE DEZEMBRO

Buzinaço de caminhoneiros em Catalão durante a greve realizada no final de maio e início de 2018. Foto: Reprodução

Caminhoneiros autônomos do Brasil estão organizando uma nova paralisação, e segundo consta numa carta que está sendo compartilhada em grupos de Whatsapp, o início da nova greve dos caminhoneiros está prevista para o dia 15 de dezembro deste ano.

Segundo consta na carta, a paralisação está sendo organizada após a divulgação do novo piso de frete Resolução n° 5849/2019, que segundo a categoria, teria colocado o transporte rodoviário no lixo.

A carta ainda faz críticas aos motoristas autônomos que estão indo a Brasília em audiências públicas, os quais, segundo a carta, o mesmo não representam o transporte. “Por intermédio dessa carta, comunicamos a sociedade brasileira e aos motoristas, seja ele autônomo, transportadoras ou equiparados, que não podemos ter um natal que seja feita a vontade do nosso governo”, diz trecho da carta que está rodando no whatsapp.

Como consta na carta, no próximo dia 15 de dezembro, serão realizadas paradas em rodovias federais, paradas essas, a serem realizadas a veículos de cargas, e que estarão autorizadas as passagem de carros e veículos de transporte de passageiros. Veículos com animais vivos, frutas, medicamentos e veículos de utilidades a população não seriam impedidos de seguirem viagens. Já veículos cargas e combustíveis serão parados nesta nova manifestação.


Na pauta de reivindicações desta nova paralisação, estão os seguintes itens:

-Redução de preço dos combustíveis

-Vale pedágio não é de responsabilidade do motorista contratado

-Piso mínimo de frete e o custo mínimo para o transporte

-Paradas de descanso é de responsabilidade dos pedágios em rodovias pedagiadas

-Segurança em rodovias pelo é de responsabilidade do governo.

Veja a carta que segue sendo compartilhada pelo Whatsapp:

CARTA DIRECIONADA AOS MOTORISTAS AUTÔNOMOS E A SOCIEDADE

Fomos presenteado pelo nosso MINISTRO DA INFRAESTRUTURA SR: TARCÍSIO DE FREITAS com a novo Piso mínimo de frete resolução nº 5849/2019 onde o mesmo coloca o transporte rodoviário no lixo.

Diante da situação imposta pelo governo e dos representantes o senhor (CHORÃO E JÚNIOR DO SIDICAM OURINHOS) REPRESENTANTES QUE NÃO REPRESENTAM O TRANSPORTE.

A CLASSE AUTÔNOMO COM MOTORISTAS QUE ESTÃO INDO A BRASÍLIA EM AUDIÊNCIAS PÚBLICAS VEM POR INTERMÉDIO DESSA CARTA COMUNICAR A SOCIEDADE BRASILEIRA E AOS MOTORISTAS SEJA ELE AUTÔNOMO, TRANSPORTADORAS OU EQUIPARADOS QUE SE NÃO PODEMOS TER UM NATAL QUE SEJA FEITA A VONTADE DO NOSSO GOVERNO.

NO PRÓXIMO DIA 15/12/2019 ESTAREMOS REALIZANDO PARADAS EM RODOVIAS FEDERAIS;

AS PARADAS SERÁ PARA VEÍCULOS RELACIONADO AO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGA ESTARÁ AUTORIZADO A PASSAGEM DE CARROS E VEÍCULOS DO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS.

-VEÍCULOS COM ANIMAIS VIVOS;

-VEÍCULOS COM FRUTAS;

-VEÍCULOS COM MEDICAMENTOS;

-VEÍCULOS DE UTILIDADES A POPULAÇÃO

DEMAIS VEÍCULOS RELACIONADO AO TRANSPORTE DE CARGA E VEÍCULOS DE COMBUSTÍVEIS SERÁ PARADO. POR TANTO MOTORISTA QUE SE ENQUADRA NA CATEGORIA PARADA LEIA E SAIBA QUE NÃO IRA PASSAR NOS PONTOS DE PARADA O MESMO QUE INSISTE ESTARA POR TANTO ASSUMINDO A RESPONSABILIDADE DE SER PARADO A FORÇA.

A PARADA RELATIVA TEM RELACIONAMENTO COM AS LEIS QUE NÃO ESTÃO SENDO CUMPRIDAS E FISCALIZADAS PELO GOVERNO FEDERAL E PELAS FISCALIZAÇÕES E PERSEGUIÇÕES A CLASSE PELA POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL.

-REDUÇÃO DE PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS;

VALE PEDÁGIO NÃO E DE RESPONSABILIDADE DO MOTORISTA CONTRATADO;

-O PISO MÍNIMO DE FRETE E O CUSTO MÍNIMO PARA O TRANSPORTE;

-PARADAS DE DESCANSO E DE RESPONSABILIDADE DOS PEDÁGIOS EM RODOVIA PEDAGIADA;

-A SEGURANÇA EM RODOVIAS PELO PAÍS, É DE RESPONSABILIDADE DO GOVERNO;

-A PARADA TEM POR OBJETIVO FAZER COM QUE O GOVERNO ASSUMA A SUA RESPONSABILIDADE. A PARADA ESTA PREVISTA PARA O DIA MENCIONADO SEM DATA PARA RETORNO;

-SEGUE ATA PARA SE REFLETIR E SABER O QUE PASSAMOS;

-PREÇO DO COMBUSTÍVEL EM BOMBA NÃO OUVE REDUÇÃO;

-FISCALIZAÇÃO DO VALE PEDÁGIO (NÃO HÁ FISCALIZAÇÃO VERDADEIRA);

-PISO MÍNIMO DO TRANSPORTE (ALTERADA A RESOLUÇÃO QUE INVIABILIZA NÃO HA FISCALIZAÇÃO);

-VERIFICAR DENUNCIAS DE AGENTES QUE ESTÃO EXTORQUINDO MOTORISTA;

-POSTO FISCAL;

-POLICIA MILITAR E POLICIA RODOVIÁRIA ESTADUAL DOS ESTADOS DO NORTE E NORDESTE;

-PONTOS DE DESCANSO EM RODOVIA PEDAGIADA;

-PONTOS DE DESCANSO EM RODOVIAS FEDERAIS;

-O DIREITO A DESCANSO, DIREITO DE SER REMUNERADO, DIREITO A SEGURANÇA E DIREITO DE IR E VIR, TEM QUE SER RESPEITADO PELO GOVERNO FEDERAL.

NÃO TRAFEGUE NO DIA 15/12/2019 APÓS AS 23:59 HS A RESPONSABILIDADE SERÁ DO MOTORISTA QUE NÃO ATENTAR EM PARAR COM A DESCULPA QUE NÃO SABIA.

O site da Revista Veja, nesta segunda-feira (25), também destacou a ameaça de nova greve dos caminhoneiros. Leia abaixo:


CAMINHONEIROS E SINDICATOS AMEÇAM GOVERNO BOLSONARO COM NOVA GREVE

Uma greve dos caminhoneiros, como em 2018, pode abortar a retomada econômica (Miguel Schincariol/AFP)

Um dos maiores temores do governo Bolsonaro pode se materializar em breve. Os caminhoneiros voltaram a pressionar o Planalto com a ameaça de uma nova greve da categoria. Pior. Desta vez, a paralisação viria com o apoio de servidores públicos e de petroleiros, indicando uma convergência entre sindicatos petistas e alguns grupos de caminhoneiros. Não há consenso dentro da categoria, porém, de que esse é o melhor momento para interromper o fluxo nas estradas brasileiras.

O Ministério da Infraestrutura receberá lideranças dos profissionais de transporte na quinta-feira, 28. O encontro será coordenado pela Frente Permanente dos Transportes, órgão subordinado ao ministro Tarcísio Gomes de Freitas. Para o encontro, esses líderes levarão as demandas dos caminhoneiros. A pressão será grande. O bom relacionamento com os caminhoneiros é determinante para que o governo debele um dos principais riscos associados à soltura do ex-presidente Lula: a radicalização das entidades de esquerda.

“Recebo relatos de profissionais chorando. Estão quebrados. A greve está por um triz para acontecer”, disse a VEJA Aldacir Cadore, porta-voz de um grupo de autônomos do entorno de Brasília, mas que se diz contrário à paralisação. “Outros grupos, como a FUP (Federação Única dos Petroleiros) estão querendo que os caminhoneiros parem antes para aderir a uma greve geral. Estão usando os caminhoneiros como boi de piranha”, afirmou.

Considerado melhor ministro do governo de Jair Bolsonaro, Tarcísio Gomes de Freitas (e), da Infraestrutura, precisará ter desempenho à altura para frear ímpeto dos grevistas (Evaristo Sa/AFP)

As reivindicações não são muito diferentes das feitas anteriormente. O piso da tabela do frete calculada pela Escola de Agronomia da USP (Esalq), diz Cadore, está entre 25% e 30% abaixo do custo mínimo. Os empréstimos de 30 mil reais oferecidos pelo BNDES aos transportadores não chega aos autônomos, garante o líder caminhoneiro. Mesmo assim, ele diz, não é o momento para paralisações. Para outros líderes, o preço do diesel, sem o subsídio dado pelo ex-presidente Temer, voltou aos mesmos patamares observados à época da greve, na última semana de maio do ano passado, o que também é um problema.

Um dos motivos para se posicionar de forma contrária à paralisação está justamente na divisão política entre os profissionais. Cadore se diz de direita. Segundo ele, a maioria da categoria se identifica com esse espectro político. Contudo, os sindicatos, ligados à esquerda, estão procurando os trabalhadores para convencê-los a parar. “Os agitadores do movimento estão nos sindicatos. São eles que estão forçando a barra para iniciar uma greve para puxar outras categorias”, afirma.

Walace Landin, o Chorão, outro líder dos caminhoneiros, prega responsabilidade. Segundo ele, “há claramente um movimento político”. Ele conta que, após a manifestação que parou o país em 2018, sindicatos que, até então, não representavam a categoria, agora querem protagonismo. Uma das frentes de trabalho dessas organizações é passar uma lei, por meio de um novo Marco Regulatório que está sendo discutido na Câmara, que obriga a homologação nos sindicatos de todos os contratos de trabalho dos caminhoneiros. “Querem acender o pavio, mas querem que outros assumam a greve”, diz. (Fonte: Revista Veja). 

 

Escrito por: Badiinho Filho