Durante a abertura da 78ª Exposição Agropecuária de Goiás, na última sexta-feira (17/5), em Goiânia, o governador Ronaldo Caiado (União Progressista) voltou a criticar a gestão econômica do governo federal. Segundo ele, a falta de ações efetivas tem agravado a crise no agronegócio e comprometido o desempenho do setor que mais contribui para o crescimento do país.
“O Brasil que trabalha e produz está sufocado por um governo populista e demagógico”, disparou Caiado. De acordo com o governador, o campo enfrenta inflação elevada, juros altos e restrição de crédito, sem qualquer política pública de apoio efetivo. Além disso, ele alertou que o crédito rural não acompanha a inflação. “O setor vem sustentando o país há muitos anos, mas não tivemos reajuste compatível com o aumento dos custos”, enfatizou.
Dessa forma, o endividamento rural tem crescido. Segundo levantamento da Serasa Experian, Goiás registrou 122 pedidos de recuperação judicial no setor apenas em 2024. No Brasil inteiro, já são 1.272 processos, mais que o dobro dos 534 registrados ao longo de 2023. Por isso, Caiado cobrou a liberação de recursos federais que estejam à altura da realidade do mercado.
Caiado também critica desestímulo ao empreendedorismo
Por outro lado, o governador também apontou falhas graves na política de incentivo ao empreendedorismo. “O cidadão quer empreender, quer buscar alternativas para ganhar seu próprio dinheiro. No entanto, esse sentimento está sendo abafado por um governo que destrói os avanços conquistados com a reforma trabalhista”, afirmou.
Além da burocracia, Caiado citou a falta de mão de obra qualificada como um dos principais obstáculos enfrentados por quem deseja investir ou empreender. Segundo ele, a gravidade da situação econômica está sendo mascarada por pautas secundárias. “Estamos vendo o país se perder em discussões como os julgamentos do 8 de janeiro, enquanto as prioridades ficam de lado”, avaliou.
Por fim, Caiado concluiu que o atual governo “não deu certo” e defendeu um novo foco na agenda nacional. “Precisamos discutir inovação, desenvolvimento tecnológico e incentivo a quem trabalha e produz”, finalizou.

