Com a chegada da Black Friday, cresce a expectativa por descontos, mas também aumentam os golpes aplicados por criminosos que aproveitam o alto volume de compras para enganar consumidores. Sites falsos, ofertas irreais, links maliciosos e boletos adulterados estão entre as principais fraudes registradas nesta época do ano. Para orientar a população, o delegado do Grupo Especial de Investigações Criminais (GEIC), Dr. Fernando Maciel, e o assessor jurídico do Procon de Catalão, Marcos Costa, explicam quais são os golpes mais comuns e como evitá-los.
Golpes mais comuns identificados pela Polícia Civil
Segundo o delegado Fernando Maciel, o período da Black Friday e pré-Natal é marcado por um aumento natural no comércio e, consequentemente, nas tentativas de fraude. Os golpes incluem:
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Sites falsos que simulam lojas conhecidas;
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Ofertas enganosas com preços muito abaixo do valor de mercado;
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Links enviados por aplicativos de mensagem e redes sociais, usados para coletar dados pessoais e bancários.
Dessa forma, a Polícia Civil lançou uma cartilha de prevenção, disponível no Instagram @9drpcatalão, com orientações básicas para evitar cair em armadilhas.
Como identificar anúncios suspeitos
Para o delegado, o principal indicativo de golpe é o preço, pois promoções muito vantajosas devem ser encaradas com desconfiança.
Além disso, os criminosos costumam forçar a urgência da compra, esconder informações reais da empresa ou criar páginas visualmente parecidas com lojas oficiais.
Por isso, ele recomenda conferir o nome da empresa, CNPJ e dados de pagamento antes de finalizar a compra.
Pagamentos via Pix, cartão ou boleto: como se proteger
Fernando Maciel orienta que, em caso de suspeita, o consumidor procure imediatamente a instituição bancária e registre um boletim de ocorrência. Hoje, bancos possuem mecanismos de contestação de transações fraudulentas, o que pode evitar que o valor seja repassado ao golpista.
Procon: golpes mais registrados durante a Black Friday
O assessor jurídico do Procon, Marcos Costa, confirma que os golpes mais comuns são:
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Compra de produto que nunca é entregue
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Boleto falso
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Preços extremamente baixos para atrair vítimas
Assim, para ele, a principal proteção continua sendo a pesquisa: comprar em plataformas já conhecidas, conferir reputação da loja no Reclame Aqui, Consumidor.gov.br ou buscas rápidas no Google e evitar compras em anúncios duvidosos de redes sociais, especialmente Instagram e Facebook.
Ele destaca que fraudes envolvendo Pix vêm crescendo, e é fundamental checar se o beneficiário da transferência corresponde ao nome ou CNPJ da loja.
Como saber se o desconto é real
Não existe ferramenta oficial para monitoramento de preço, explica Marcos Costa. Nesse sentido, o ideal é que o consumidor acompanhe o valor do produto por pelo menos dois meses antes da Black Friday, compare preços em diferentes plataformas e verifique histórico de preço em sites especializados de pesquisa.
De acordo com o assessor, uma geladeira que custa R$ 6 mil sendo vendida por R$ 900 é exemplo clássico de fraude. Por isso, a regra é:
“Se o preço parece bom demais para ser verdade, provavelmente é golpe”.
Qual forma de pagamento é mais segura?
Não existe forma totalmente segura, mas as melhores práticas incluem:
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Priorizar plataformas confiáveis e já utilizadas anteriormente;
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Conferir com atenção todos os dados do boleto;
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Verificar beneficiário no Pix;
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Evitar pagar por links enviados em conversas privadas.
Direito de arrependimento nas compras online
O Procon reforça que o consumidor tem 7 dias após o recebimento do produto para desistir da compra feita pela internet, conforme o artigo 49 do Código de Defesa do Consumidor.
O direito não se aplica a compras em lojas físicas.
E se o consumidor cair em um golpe?
Os primeiros passos são:
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Registrar boletim de ocorrência imediatamente;
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Informar o banco para tentar barrar a transação (Pix, cartão ou boleto);
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Guardar comprovantes, prints e rastros da compra.
Entretanto, Costa alerta que a recuperação do dinheiro é difícil, pois mais de 90% dos golpes não têm devolução, principalmente quando o golpista esvazia a conta rapidamente.

