3 de fevereiro de 2020

ANÁPOLIS-GO PODE RECEBER BRASILEIROS SOB QUARENTENA POR CORONAVÍRUS, AFIRMA MINISTRO ONYX LORENZONI

Onyx Lorenzoni. Foto: Romério Cunha/Reprodução

Em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta segunda-feira (3), o ministro da Casa Cil, Onyx Lorenzoni, afirmou que Anápolis, a 45 quilômetros de Goiânia e a 268 de Catalão, é uma das cidades que o governo avalia montar a quarentena para brasileiros que voltarem de Wuhan (China), que estão fugindo da epidemia do coronavírus. Florianópolis (SC) e outra cidade do Nordeste também estão sendo discutidas na reunião interministerial que está sedo realizada no Palácio do Planalto para debater o assunto.

Na entrevista, Onyx Lorenzoni disse que “há uma sinalização muito forte para Anápolis, porque no período do césio, lá atrás, foi uma área militar que trabalhou com essa coisa do isolamento, que é importante para não permitir eventualmente uma escape de vírus. Eles já têm bagagem nessa área, mas não há nada definido”, disse o ministro. A cidade vizinha, no entanto, jamais abrigou afetados pelo césio-137 quando houve o acidente radioativo em Goiânia, em 1987.

Físico da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Walter Mendes foi um dos primeiros profissionais a chegar em Goiânia e trabalhar no isolamento das áreas afetadas. Em entrevista, do Rio de Janeiro, onde vive, ele confirmou que Anápolis nunca serviu de base de quarentena para pessoas contaminadas pelo césio-137.

Todas as operações na época forma realizadas na capital goiana, onde ocorreu a abertura da cápsula de césio por recicladores de ferro-velho. “Não teve nada disso. O Hospital Naval Marcílio Dias, da Marinha, recebeu os pacientes no Rio de Janeiro. Eles saiam de ambulância do Hospital de Doenças Tropicais (HDT) ou Hospital Geral de Goiânia (HGG) e iam direto para o hangar do Aeroporto Santa Genoveva. E lá embarcavam em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). Não foram os jatos de Anápolis. E os corpos voltaram em urnas de chumbo em aviões Hércules, direto para Goiânia”, lembra a jornalista Rachel Azeredo, uma das profissionais que mais trabalhou na cobertura do acidente.

O governo federal, depois de um apelo nas redes sociais de brasileiros que estão na cidade chinesa origem do surto coronavírus, decidiu no fim de semana realizar uma operação para busca-los. São entre 30 a 40 pessoas, que já aceitaram voltar e ficar de quarentena em local definido pelo governo.

Vários ministros estão reunidos para definir a operação, que deve ser desencadeada nesta terça-feira (4). Já está definido que a aeronave brasileira fará paradas na ida e na volta em Israel para abastecimento. O governo chinês já está trabalhando na identificação dos brasileiros que pretendem voltar para casa.


VEJA O VÍDEO DE APELO DOS BRASILEIROS EM WUHAN 



Escrito por: Redação/Jornal O Popular